💧 Highway-to-Hell dos Apps de Delivery

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Semana agitada na Muskonomy

• NetflixCrashed no MikeTysonCrash

• Para onde vão os eXilados?

• Briga de titãs: quando fundos querem o mesmo ativo

• Highway to Hell: a derrocada do app de delivery Just Eat Takeaway

Semana agitada na Muskonomy

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Em meio a assistir a luta do Mike Tyson junto ao presidente, criar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), postar memes de IA com Trump cantando para Taylor Swift, o homem mais rico do mundo ficou ainda mais rico com seu império indo de vento em polpa:

• SpaceX: está em discussões iniciais para vender insider shares que aumentariam o valor da startup para cerca de U$255bi, acima dos cerca de U$210bi atuais avaliados durante acordo semelhante no início deste ano.

• xAi: levantou U$5bi a um valuation de U$45bi, quase o dobro de alguns meses atrás. O funding foi realizado em tempo recorde, já que as discussões entre Musk e seus investidores começaram no mês passado.

• Tesla: a única das empresas de Musk com capital aberto, aproveitou-se da proximidade do CEO com o President of The United States e viu suas ações valorizarem ~30%, ganhando $223bi de valor de mercado e voltando para o seleto clube do trilhão.

Enquanto isso, do lado sul das Américas, a primeira-dama do Brasil soltou um “F*** you Elon Musk” no microfone, durante debate sobre regulamentação das redes sociais junto com o influenciador Felipe Neto dentro da programação do G20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana.

Como se não bastasse, veio a público uma troca de e-mails entre Musk, Altman e outros dois fundadores da OpenAI (Greg e Illya) de 2017, logo quando, a até então instituição sem fins lucrativos, começava seus primeiros grandes resultados.

Após um textão dos cientistas sobre a preocupação com a necessidade de controle de Musk, o bilionário que financiava as pesquisas resolve dar um basta: “Guys, I've had enough” (no bom português - não tem almoço grátis).

NetflixCrashed no MikeTysonCrash

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O tão aguardado confronto entre o youtube Jake Paul e a lenda do boxe Mike Tyson rolou neste sábado, no maior e principal evento ao vivo já feito pela Netflix, e os números não decepcionaram:

• 60 milhões de famílias assistiram (ou tentaram assistir);

• Atingiu o pico com 65 milhões de transmissões simultâneas;

• Arrecadou U$18mi no portão, um recorde para uma luta fora de Nevada;

• 50 milhões de lares assistiram Katie Taylor x Amanda Serrano, tornando-o o evento esportivo feminino profissional mais assistido na história dos EUA;

• Foi transmitido em mais de 6.000 bares e restaurantes nos EUA, estabelecendo o recorde de maior distribuição comercial do esporte.

• #PaulTyson se tornou o trending topic número um no X e hashtags associadas dominaram o top 5.

Zoom Out: o Crash da Netflix é a primeira DR superada do casamento entre plataformas de streamings e live sports que até então, só se via benefícios. Do lado do esporte, a tentativa de atrair uma geração mais jovem que não está tão ligada nos canais tradicionais de TV. Do lado plataformas, a briga pela principalidade, visto que assinar todos os streamings está cada vez mais caro.

O que rolou mundo afora

• McDonalds: está desembolsando U$100mi para se recuperar do surto de E. coli. O plano envolve U$35mi em mkt e U$65mi para apoiar franqueados.

• Amazon: anunciou que encerrará o seu app de streaming gratuito, Freevee, migrando o conteúdo para o Prime Video.

• ByteDance está se avaliando em cerca de U$300bi, depois de ter abordado investidores sobre um programa de recompra de ações.

• AMD: a segunda maior fabricante de GPUs do mundo, está demitindo cerca de 4% da sua força de trabalho, impactando ~1000 funcionários.

Para onde vão os eXilados?

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“Esse ambiente é muito tóxico para mim.” Foi assim que Stephen King, o autor de O Iluminado, A Dança da Morte e O Cemitério Maldito, anunciou que estava abandonando a plataforma X depois de 11 anos.

E assim como o Telegram se tornou o refúgio favorito dos WhatsAppers frustrados, os destinos favoritos do eXilados se tornaram:

• BlueSky: a rede social descentralizada criada por Jack Dorsey - fundador do Twitter - disse que adicionou +2mi novos usuários desde o início das eleições, incluindo 1mi na última quinta, totalizando ~17mi.

• Threads: o clone criado por Mark, parte da família de app da Meta, anunciou que adicionou 15 milhões de novos usuários nas primeiras duas semanas de Novembro e já tem 275mi usuários ativos mensais.

• Spill: a opção criada por dois ex-funcionários demitidos por Musk, viu um aumento de 10x semana após semana nos SignUps desde o começo das eleições e já acumula + 500k downloads nas AppStores.

Apesar dos pesares, nem tudo está perdido para o X. A CEO Linda conseguiu fazer com que alguns dos clientes mais importantes voltassem a anunciar no X, incluindo IBM, Disney, Comcast, Discovery, Warner Bros e Lionsgate. Juntas, essas empresas gastaram U$3.3mi em anúncios na rede social de janeiro a setembro, em comparação com U$170mi no ano passado.

Ps1: esse site acompanha, em tempo real, os novos usuários entrando no BlueSky.
Ps2: o app aproveitou para tirar onda com o X ao anunciar que não pretende usar seus conteúdos para treinar IA.

A batalha de titãs

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Quando duas das maiores private equities do mundo decidem que querem comprar um mesmo ativo, o roteiro envolvendo banqueiros, conselheiros, fundos ativistas e ofertas bilionárias se torna o mais puro suco do entretenimento corporativo.

É o que está acontecendo na batalha de titãs entre a KKR e a Bain pela compra da japonesa Fuji Soft. Tudo começou com a 3D, o maior acionista do grupo, propondo a empresa fechar o capital e solicitando ofertas pela sua participação da empresa: 

1. A KKR foi a primeira a levantar a mão e propor um acordo, oferecendo ¥ 8.800 por ação.

2. A Bain não demorou para apresentar uma oferta 7% superior à da KKR, ¥ 9.416, que também tinha o apoio do fundador e maior acionista Hiroshi Nozawa.

3. A KKR retrucou dividindo sua proposta em duas partes. A primeira consistia em comprar a participação da 3D e da Farallon, ganhando +1/3 das ações da empresa e criando uma posição de bloqueio e a segunda foi aumentar o valor por ação para ¥9,451.

De um lado, uma PE com mais de um terço das ações e apoio dos dois maiores grupos de acionistas. De outro, outra PE com o apoio do fundador e maior acionista do grupo.

No meio, um confronto de lances que podem redefinir o conceito de aquisição hostil no Japão e definir um novo template para os próximos deals.

O que rolou Brasil adentro

• Hoopers, a startup portuguesa que conecta fãs, marcas e jogadores de basquete, capta seed round de R$13mi para expandir no Brasil.

• Eu Médico Residente, a edtech de cursos preparatórios de medicina, é adquirida pela Ânima Educação por R$38 milhões.

• Bytedance, criadora chinesa do TikTok, anunciou o lançamento no Brasil do superapp Lark, um agregador que reúne diversas apps em um ambiente.

Highway-to-Hell da Just Eat Takeaway

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Comida gelada e entrega atrasada são os menores dos problemas da Just Eat Takeaway. A empresa está vendendo seu app de entrega de restaurantes, Grubhub, para a Wonder, por U$650milhões, apenas quatro anos depois de ter pago U$7.3 bilhões - uma média de R$4.5 milhões desvalorizados por dia!

Enquanto você passava álcool gel nas embalagens de chips, o grupo holândes tirava seu plano de dominação mundial do papel: criar o maior serviço de entrega de alimentos do mundo fora da China.

• Nasceu da fusão da Just Eat com a Takeaway.com em 2020

• Adquiriu a BGmenu.com na Bulgária e sua subsidiária romena Oliviera.ro

• Comprou Lieferheld, Pizza.de e Foodora da Delivery Hero na Alemanha

• Adquiriu a Bistro.sk na Eslováquia

• Adquiriu a 10bis em Israel

• SkipTheDishes no Canadá e Menulog na Austrália

• Parceria com o iFood no Brasil

• E a mais cara de todas suas aquisições: U$7.3bi pelo GrubHub

Mas o novo normal não foi suficiente para manter o ótimo desempenho da pandemia e, conforme as portas voltaram a se abrir, às ações da Just Eat Takeaway despencaram ~90% desde o seu pico pandêmico em Outubro de 2020 e, hoje, valem menos que a metade do que foi pago pelo Grubhub há 4 anos, U$3 bilhões.

O novo dono é a rede de restaurantes americana Wonder de Marc Lore - o empreendedor serial que, além das 26 unidades em operação com planos de alcançar 100 até 2026, também fundou a Jet.com, comprada pelo Walmart por $3.3bi em 2016, a Diapers.com, comprada pela Amazon por $550mi em 2011 e, nas horas vagas, está construindo uma cidade do futuro, a Telosa.

PS: o founder da startup, que deixou a empresa após a aquisição, diz ter tentado recomprar o app pelo menos 2x, por U$1bi mas teve as ofertas recusadas.

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