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Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que nos últimos 50 anos, a Europa criou, do zero, apenas 14 empresas com valor de mercado superior a US$ 10 bilhões. Já os Estados Unidos criaram 241.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• PayPal (e todo mundo) quer virar banco
• Trending: Wrapped do Cloudflare
• CoreWeave: boom ou bubble?
• Stats: US$ 676 bilhões do homem mais rico do mundo
• Meta: os lucrativos ads proibidos da China
• Contra Dados Não Há Argumentos: ranking das IAs

FINTECHS
PayPal (e todo mundo) quer virar banco

Depois de ter emprestado +US$ 30 bilhões para +420k contas empresariais desde 2013, o PayPal finalmente decidiu graduar para faixa preta e se tornar oficialmente um banco!
Mais do que ganhar um novo carimbo, com a licença bancária uma das fintechs mais antigas tradicionais do mercado quer retomar o crescimento. A aposta é deixar de ser apenas uma empresa de pagamentos e se posicionar como provedora de infraestrutura financeira – com conta remunerada, cripto, buy now, pay later e mais.
O PayPal não é a única tech querendo virar banco nos EUA:
a turma cripto (Circle, Ripple, BitGo, Paxos, e Fidelity Digital Assets) também já recebeu aprovação preliminar, a galera do BNPL (Sezzle, Klarna e Affirm) entrou na fila e até as gigantes automotivas (Nissan, Ford, GM) e dos eletrônicos (Sony) pegaram senha.
E aí vem a pergunta… Mas por quê?
Eficiência operacional: a licença bancária permite a custódia de ativos digitais, liquidações mais rápidas e serviços sem depósitos ou empréstimos.
Transparência regulatória: reportam e respondem para um só órgão regulador, o OCC (Office of the Comptroller of the Currency).
Legitimidade: o status de banco impulsiona a confiança de clientes e parceiros, expandindo o leque de opções de público-alvo e serviços.
Janela de oportunidade: não é sempre que um cara pró-business e amigo dos CEOs está sentado na cadeira de presidente facilitando aprovações.
Foi-se o tempo quando as fintechs ameaçaram a soberania dos bancos tradicionais. Estamos entrando numa nova fase: aquela em que as fintechs deixam de desafiar o sistema financeiro para, na prática, se tornarem bancos elas mesmas.
Molho extra:
→ a fintech processa ~US$ 1,5 trilhão por ano.
→ a empresa nasceu como Confinity, se fundiu com a empresa de Musk chamada X.com (mesmo nome, outra história) e então fez o rebranding para PayPal.
→ o time fundador do PayPal inclui Peter Thiel (que depois fundou a Palantir, o Founders Fund e foi o primeiro investidor externo do Facebook), Max Levchin (Affirm), Reid Hoffman (LinkedIn) e Elon Musk (Tesla, SpaceX, etc).
QUICK DROPS
Mundo Afora
xAI: anunciou seu primeiro país-cliente. El Salvador vai disponibilizar acesso ao Grok (com tutores de ensino) a +1 mi de estudantes do sistema público.
JPMorgan: o maior banco do mundo lançou o seu primeiro fundo de mercado monetário tokenizado de US$ 100 mi – MONY – na Ethereum.
Notion: está fazendo uma tender offer de US$ 300 milhões a um valuation de US$ 11 bilhões com US$ 600 mi de receita anual recorrente (ARR).
Nvidia: foi às compras e adquiriu a plataforma de agendamento de cargas de trabalho open-source, SchedMD, que é utilizada por +65% dos supercomputadores de IA do mundo.
Databricks: a gigante unificada de dados e IA (data lakes e warehouses), mostra que IPO é coisa do passado e capta uma rodada série L (sua décima segunda) de US$ 4 bilhões a um valuation de US$ 134 bi.
OpenAI: lançou o novo ChatGPT 5.2, uma iniciativa para padronizar agentes e a nova integração com Apple Music e um possível investimento da Amazon.
Microsoft: reduziu as metas de vendas de seu software de IA com agentes em até 50% após dificuldades em encontrar compradores.
AI
CoreWeave: Boom ou Bubble?

Você pode até ter sentido o baque no caixa depois do combo Black Friday, Cyber Monday, Natal e reserva do apê na praia pro ano novo. Mas com certeza está bem longe dos US$ 33 bilhões que a CoreWeave perdeu nas últimas semanas.
A CoreWeave estreou seu IPO em março deste ano, surfando a onda da inteligência artificial e do interesse insaciável por data centers. Os primeiros 9 meses de vida como empresa pública foram marcados por 2 fases:
Boom: os primeiros 3 meses foram marcados por um salto de +350% no valor de mercado, clientes fazendo fila para acessar seus chips e juras de amor com big techs como a OpenAI.
Bubble: as últimas 6 semanas foram marcadas por uma queda de -50% no valor de mercado. E por um motivo nada tech: tempestades atrasando a construção do seu novo mega data center no Texas.
Mesmo dobrando a receita no último quarter e chegando a US$ 1,4 bilhão, a empresa amarga um prejuízo de US$ 110 milhões. O motivo fica claro no bê-á-bá do modelo de negócios da CoreWeave:
Emprestar dinheiro com juros altos;
Usar dinheiro para comprar chips da Nvidia;
Instalar os chips em servidores de data centers alugados;
Alugar o acesso a chips para empresas de IA.
Basicamente: a CoreWeave empresta dinheiro que não tem para comprar e instalar chips em data centers que não tem, para alugá-los para empresas que também (ainda) não têm receita para pagá-los. Nesse caso, qualquer chuva pode, realmente, virar tempestade!
PS: como o mercado anda sensível, Broadcom e Oracle também vêm acumulando quedas no preço de suas ações em dezembro.

Wrapped do Cloudflare
Um report da Cloudflare é basicamente um resumo da internet mundial. Exagero? A empresa controla a segurança e infraestrutura de quase 1 terço de todos websites do mundo, processa ~81 milhões de requisições HTTP por segundo e gera +US$ 1,6 bilhão em receita anual.
Esse ano, o “wrapped da internet” do Cloudflare revelou que:
Globo: ficou em 1º lugar no ranking dos serviços de internet mais populares do MUNDO na categoria “Notícias”;
Google: é o serviço de internet mais popular do mundo (de novo);
Tráfego: global da internet cresceu em 19% no ano;
Mobile: 35% do tráfego parte de dispositivos iOS e 65% de Android;
Mobile[2]: foi responsável por 43% de todo o tráfego (seu site já é responsivo?);
E-mails: 5,6% dos e-mails são maliciosos (e 100% dos Drops são bondosos);
Atenção: o domínio .christmas originou a maior parte dos e-mails maliciosos;
API: Go ficou na liderança entre as linguagens mais populares;
Navegador: o Google Chrome continua dominando ~66% do mercado.
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QUICK DROPS
Brasil Adentro
Gedanken, a startup B2B com software para gestão de risco e onboarding de fornecedores, capta R$ 12 mi com a Citrino Ventures.
Guarda, a insurtech de seguros contra eventos climáticos extremos no agronegócio, capta R$ 4,5 mi em rodada liderada pela Randon Ventures.
Mar Saúde, a healthtech de medicina autônoma colocando um médico digital no bolso dos funcionários, capta extensão do seed round com a Positive, totalizando R$ 10,5 mi.
Sanii, a healthtech conectando cuidadores, técnicos de enfermagem e físios a famílias com idosos, capta R$ 5 mi em rodada follow-on com a Sororitê.
STATS
US$ 676,7 bilhões
é a fortuna avaliada do homem mais rico do mundo, Elon Musk, que ficou ainda mais rico ontem, depois que seu porquinho engordou +US$ 168 bilhões em um dia. Tudo porque rolou uma tender offer da SpaceX, aumentando o valuation para US$ 800 bi.
Musk está cada vez mais próximo de se livrar do movimento anti-bilionários ao se tornar o primeiro trilionário do mundo. Não como day trader, mas como empreendedor. A “carteira” dele é bem recheada:
SpaceX: US$ 336 bilhões (42%)
Tesla: US$ 197 bilhões (12%) + US$ 69 bilhões (opção de compra)
xAI: US$ 60 bilhões (50-70%)
X: US$ 20-30 bilhões (50-70%)
Neuralink, Boring Co, etc = ~US$ 50 bilhões
Algumas sugestões de assuntos/stats para você não usar na ceia de Natal desse ano:
O patrimônio líquido de Musk agora é maior do que a soma do patrimônio líquido de Jeff Bezos (US$ 246 bi), Mark Zuckerberg (US$ 229 bi) e Warren Buffett (US$ 152 bi),
Musk está mais perto de virar trilionário do que de perder o topo do ranking. A vantagem é confortável: US$ 425 bilhões à frente do segundo colocado, Larry Page, cofundador do Google, com US$ 252 bi.
Além da sua fortuna pessoal deixar o PIB de muitos países comendo poeira, também supera o valor de mercado de 95% das empresas listadas no mundo.
Nunca um indivíduo controlou simultaneamente empresas líderes em tantos setores estratégicos diferentes: espaço, veículos elétricos (e robótica), energia, IA, neurotecnologia, infraestrutura, redes sociais…
Qual o seu club da riqueza?
*Como empresas privadas, as porcentagens exatas de ownership não vêm de dados públicos auditados, mas a esta altura, alguns bi a menos ou a mais, fazem diferença?
SOCIAL
Meta: os lucrativos ads proibidos da China

Aprender mandarim e pedir para o presidente chinês dar um nome para a sua primeira filha não foi suficiente para Mark Zuckerberg convencer Xi Jinping a liberar as suas redes sociais na China. Mas enquanto os cidadãos seguem fora, empresas seguem dentro – e uma investigação mostra que o caminho para aplicarem golpes está mais aberto do que nunca!
Mais de 10% da receita global da Meta vem de empresas chinesas. Só em 2024 foram ~US$18 bilhões em faturamento.
Desse montante, cerca de US$ 3 bilhões (ou 18%) de todos os ads estavam promovendo golpes, jogos de azar ilegais, p0rn e conteúdos proibidos.
Da China surgiram ~25% de todos os ads com golpes no Instagram e no Facebook do mundo. Piora: documentos mostram que a Meta não apenas sabia do lucrativo problema, ?como também tomou medidas para garantir que eles não acabassem.
19% da receita: quando a Meta percebeu o tamanho do problema, criou uma equipe antifraude que utiliza ferramentas de fiscalização aprimoradas. Surtiu efeito. ↓
9% da receita: mas a redução também gerou impacto no caixa, então Zuck interveio, solicitou uma mudança estratégica, desmantelou a equipe e suspendeu as restrições a novas agências. ↑
16% da receita: seis meses depois, os anúncios proibidos voltaram a subir e os caixas da Meta voltaram a encher de ¥uans.
Na dúvida entre proteger usuários ou proteger os dólares, a Meta parece já ter escolhido um lado. Documentos internos revelam até o apelido do país apontado como a maior fonte individual de fraudes: “nação exportadora de golpes”.
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
Modelos de IA: dias no topo do ranking

Google tardou, mas não falhou. A gigante acordou com a volta do seu cofounder Sergey Brin para o chão de fábrica e dominou o campo de inteligência artificial, com Gemini passando +90% dos dias de 2025 no topo do ranking dos melhores modelos de IA do LMArena.
xAI foi a única a quebrar, ainda que brevemente, a soberania do Google. Com o lançamento do Grok, passou um mês do ano no topo do ranking como o melhor modelo do mundo.
OpenAI e Anthropic, que dominaram o ranking desde a sua criação no segundo trimestre de 2023 até o começo de 2025, continuaram no pódio – mas não no topo.

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