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💧 Simulando robôs
+ Decisão sobre monopólio do Google + O Flop da Flip

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Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que um coletivo de hackers conhecido como Scattered LapSus Hunters deu um ultimato no Google: “Ou demite dois colaboradores de cibersegurança, ou enfrente a divulgação de supostos dados internos". A ameaça vem depois do Google divulgar um ataque ao Salesloft Drift que expôs informações de contatos comerciais. #BraceYourSelvesHackersDoBem.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Flip: o Flop do ex-unicórnio
• Runway: dos vídeos à robótica
• Google: o Chrome fica onde está
• Age check: quando desrespeitar a lei compensa

SOCIAL MEDIA
O flop da Flip: do US$ 1 bi ao colapso

Ela prometia ser o “TikTok do e-commerce”, chegou ao status de Unicórnio (+$1bi valuation) em 2024 mas, 16 meses depois, a Flip perdeu o chifre, deletou as redes, demitiu 400 funcionários e fechou as portas com um simples texto de adeus:
“É com tristeza que compartilhamos o encerramento do Flip. Desde o início, nossa missão foi construir uma plataforma social blá blá blá… Essa missão agora chega ao fim, mas a prova de seu sucesso permanece:
-16,5 milhões de pessoas se juntaram a nós
-4,6 milhões de criadores
-10 milhões de vídeos postados
-5 bilhões de visualizações
-22 bilhões de engajamentos
-12 mil marcas ativas
-$13,4 milhões pagos a criadores
-$375 milhões em vendas para as marcas”
Não era de hoje que analistas afirmavam que o modelo de negócios era “profundamente deficitário”, visto que conectar compradores e vendedores, em ações real-time, com foco em comunidades locais e hipernichadas, ganhando um feezinho por isso podia não ser uma tarefa tão simples.
Porém, com esses números e um valor de mercado bilionário, o que justifica a queda repentina?
Gestão do capital: com um burn rate de +US$ 10 milhões por mês em aquisição e incentivo de usuários, ou as receitas vem no mesmo ritmo, ou seu caixa pode facilmente se machucar. Some isso a combinação de juros altos e investidores menos pacientes.
Escalada apressada: a Flip tentou partir para uma expansão internacional antes de dominar completamente os EUA, mas sofreu com dores de distribuição e regulações específicas fora da terra do tio Sam.
Expectativas desalinhadas: nos últimos meses, a Flip deu um double-down na sua estratégia de aquisição, isso porque a expectativa era que o TikTok fosse banido nos EUA e o vício dos usuários ficaria órfão — o que até agora não aconteceu.
Moral da história: A Flip não foi a primeira (veja caso da FastPay e Zeno) e também não será a última. Se depender de posts de Linkedin de investidores de VC, os próximos anos devem ter menos histórias de “moonshots” e mais crescimento sustentável. Já se depender dos recentes valuations das startups de AI, uma nova bolha um novo ciclo de muito growth e pouco retorno deve bater na porta logo logo.
P.s.: existe uma outra Flip, brasileira, focada em crédito para PMEs. Essa sim triunfou e foi vendida para Olist mês passado por valor não divulgado.
ROBÔS
Dos vídeos à robótica. A aposta da Runway.

Lembra quando o Neo do Matrix aprendeu Kung Fu numa simulação? A relação entre IA e Robôs tá indo pelo mesmo caminho. E quem acaba de entrar na onda é a, até então conhecida como uma startup de vídeos de IA, Runway.
A expectativa já era que modelos focados em geração de imagem e vídeo se espalhassem em uma série de diferentes setores como: Hollywood (mais óbvio), Advertising (obvius também), games, etc.. Mas, agora, a aposta mais ousada é outra: robótica e carros autônomos.
A Runway tomou a frente e prevê que o treinamento de robôs em ambiente simulados desponte como novas fontes de receita nos próximos anos. O motivo é simples:
1) Treinar robôs no mundo físico é caro, demorado e cheio de variáveis difíceis de controlar. Mundo simulados é um sistema de IA que, como diz o nome, simulam o funcionamento e as regras do mundo real para testar cenários, prever resultados e treinar agentes virtuais a uma fração do custo.
2) Para 2025, o tamanho do mercado de robótica é estimado entre ~60bi-87bi de dólares. Para 2033, a expectativa é que valha ~180bi. Aplicações industriais, militares, carros, e humanoides de uso pessoal estão entre as possíveis aplicações.
Mas, eles não correm sozinhos nesse caminho de simulações para elevar o nível do treinamento de robôs:
Nvidia: tem no portfólio uma plataforma de simulação chamada Nvidia Isaac Sim, integrada com IA generativa e até gêmeos digitais. Já tá rodando em fábricas mundo afora – na BMW, por exemplo.
Google: lançou recentemente o Genie 3, um modelo de mundos que também pode ser integrado a iniciativas de treinamento de IA e, talvez, migrar para robôs.
Luma: outra startup de criação de vídeo também estaria na mira de empresas de robótica para usar seus modelos 3D em treinamentos.
Duas dessas empresas (Google e Nvidia), inclusive, estão na lista de investidores da Runway, que, junto com a General Atlantic já investiram US$ 500 milhões na startup.
QUICK DROPS
Mundo Afora
Tesla: Elon Musk diz que no futuro 80% da receita da empresa será obtida a partir da venda dos robôs humanoides Optimus.
Amazon: está investindo US$ 4,4 bilhões em novos data centers da AWS na Nova Zelândia.
Quantum: a fabricante de drones apoiada por Peter Thiel está buscando captações para colocar o valuation em € 3 bilhões.
SAP: vai investir +€ 20 bilhões em infraestrutura para nuvens soberanas na Europa – essencial para atender regulações locais.
Salesloft: uma falha no chatbot Drift abriu brechas na integração com o Salesforce e pode ter exposto mais de 700 empresas, incluindo Cloudflare, Google e Zscaler.
Jaguar Landrover: parou a produção e desligou a infra após identificar um ataque cibernético. A ideia é que volte a operação 100% até sexta-feira. O preju ainda não foi estimado.
BRANDED CONTENT
Conversas inteligentes = ROI positivo
Oferecimento Blip
Só em 2024 foram ~7 bilhões de mensagens trocadas entre consumidores e tecnologias conversacionais no Brasil. E o ROI tem sido positivo:
Consumidores que interagem com IAs realmente inteligentes gastam, em média, 25% mais por compra e concluem transações 47% mais rápido.
Saber disso é bom. Melhor ainda é entender como aplicar esses dados e estratégias no relacionamento com os seus consumidores! E é exatamente o que vamos discutir amanhã, dia 4 de setembro, no Blip id 2025 - onde o futuro das conversas começam!
O Drop estará por lá, pilotando a cabine de podcast, enquanto outros 3 palcos simultâneos com palestras, painéis e sessões práticas reúnem +40 nomes do e-commerce, da tecnologia e da IA conversacional.
🎥 Tudo será transmitido ao vivo! Clique aqui e garanta sua cadeirinha no principal evento de IA conversacional do ano – não perca!

“Diga ao povo que fico o Chrome fica!”
Depois de longínquos 5 anos sentado no banco dos réus em um processo sobre configuração de monopólio, o Google respira aliviado:
Não vai precisar vender o Google Chrome e o Android.
Segundo o Juiz do caso antitruste, o Google até se beneficia de um certo monopólio, mas ele reconhece que hoje a empresa enfrenta ameaças de mercado das grandes IAs, o que colocaria em xeque seu futuro na liderança.
O Google fica com seu navegador Chrome, mas agora não poderá mais firmar acordos de exclusividade e, PRINCIPALMENTE, será obrigado a compartilhar dados de buscas com rivais.
O Google deve recorrer da decisão e atrasar implementação por anos, mas, ironia ou não, essa decisão pode realmente enfraquecer a bigtech na corrida pela IA e representar uma perda significativa de receita. Logo após a decisão, as ações da empresa subiram 8%.
QUICK DROPS
Brasil Adentro
Mikro Market: a rede de franquias de mercados autônomos, compra a Get and Go por R$ 4 mi e projeta R$ 80 mi em 2025.
Sankhya: a empresa mineira de tech e gestão, compra a catarinense Lincros por valor não divulgado. É a décima aquisição em cinco anos.
AmazonCure: a healthtech usando bioativos amazônicos capta R$ 79 milhões para expandir atividades.
Elea: a empresa de data centers com ~10% do market share BR capta R$ 790 milhões em debêntures sustentáveis.
Dica de podcast Todo mundo gosta de mostrar os saltos, mas os tombos também dão boas lições. No podcast “Do Caos ao Sucesso”, nomes de peso de empresas como Appmax, NotCo, DiaTV e Drops (sim, esse Drops!) abrem o jogo sobre perrengues, aprendizados, calotes e até os preconceitos do caminho. |
INTERNET
Age check: quando desrespeitar a lei “compensa”

Desde que existe a internet, mentir o ano de nascimento sempre foi suficiente pra burlar qualquer age check – de trailer de filme/jogo com cenas de violência até site de conteúdo adulto. Até que:
Algumas regulações surgiram para exigir que sites peçam documento ou scan do rosto pra liberar os materiais.
Resultado? De 90 sites analisados no Reino Unido, quase todos viram o tráfego despencar desde que a lei entrou em vigor.
As exceções? Os 14 sites que decidiram ignorar a lei – e que chegaram a dobrar a audiência.
O Reino Unido é um dos líderes nessa jogada e 25 estados dos EUA também já possuem leis similares. Mas, o que era pra ser uma proteção aos mais jovens, acabou virando uma propaganda grátis de VPN – que dispararam no topo dos apps mais baixados depois que o governo foi à TV “alertar” sobre elas.
No fim, a lei tem favorecido justamente os sites que não respeitam a regulação e entre os críticos à medida, estão os usuários, que relatam o temor do vazamento de seus dados sensíveis, falta de confiança nos sistema de identificação e as possíveis consequências deles caindo em mãos erradas.
Esse é um exemplo de quando a regulamentação da tecnologia joga contra seu objetivo principal! Temos IA ainda pela frente, isso sem falar de redes sociais.
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

US$ 183 bilhões
A Anthropic triplicou de valor em seis meses. De US$ 61,5 bi de valuation em março após captar US$ 3,5 bilhões para, agora, levantar mais uma rodada Série F arrecadando nada menos do que US$ 13 bilhões de BlackRock, General Atlantic, General Catalyst, GIC e até do Fundo Soberano do Catar e valendo US$ 183 bi.
Fundada em 2021 pelo ex-OpenAI Dario Amodei, a Anthropic se apresenta como a prova de que uma IA ética, segura e confiável é possível. Mas não sem dilemas.
De um lado, precisa encarar a corrida acelerada de OpenAI e Google; de outro, arcar com custos de treinamento cada vez mais altos – que podem bater US$ 10 bilhões em 2025.
Para manter o fôlego, a empresa teve até que recorrer a fundos do Oriente Médio – decisão que o próprio Amodei já admitiu ser um dilema ético, mas inevitável para sustentar o ritmo.
O hype tem motivo: só nesse ano o Claude chegou à marca de 300 mil clientes corporativos e quintuplicou o ARR de US$ 1 bi para US$ 5 bi – e subindo;

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