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💧 Racha na Meta
+ Nvidia de olho na China + Microsoft querendo independência

Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que a China está avançando tanto suas fazendas solares que até 2030 ela deve gerar mais energia dessa fonte do que os EUA somadas todas as formas de geração. Hoje, os painéis da China já poderiam abastecer 5x o Brasil.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Os rachas na Meta: time e tecnologia
• Nvidia: querendo voltar pra China
• Pix: mais um ataque ao sistema financeiro
• Microsoft: no mês da Independência

IA
Os rachas na Meta

Menos de 2 meses depois do Zuck ir a campo recrutar principais talentos de IA (ex-cientista da OpenAI, ex-CEO do GitHub, ex-CEO da SSI) e comprar startups de IA (ScaleAI por $15bi, PlayAI por $45mi e WaveForm), os rachas começam a aparecer:
Racha no Elenco: para liderar o time de SuperInteligência da Meta, o nomeado foi Alexandr Wang, jovem ex-CEO da Scale AI e que não possui background de pesquisador. O move parecia promissor mas, agora, com cartas de demissão entregues por +6 top executivos incluindo Shengjia Zhao, co-criador do ChatGPT, Mark tem um problema.
Racha na Tecnologia: mesmo com a recente aquisição bilionária da Scale AI, empresa de rotulagem de dados, o time de IA da Meta precisou contratar startups concorrentes - Mercor e Surve - argumentando que a qualidade já não correspondia ao esperado e ficaria ainda pior à medida que a necessidade de dados refinados como jurídico, saúde e ciência aumentasse.
Além do problema com refinamento dos dados, a Meta fechou um acordo de colaboração com o MidJourney para geração de imagem, assinou um contrato de US$10bi para consumir Cloud do Google e, também, avalia utilizar a tecnologia de concorrentes (OpenAI e Gemini) nas aplicações conversacionais da Meta AI.
Com a bigtech beirando os US$ 2 trilhões de valor de mercado, Zuck não tem um problema financeiro, mas tem outros: gerenciar o ego de um time de milio-bilionários, convencê-los a reportar para um jovem de 28 anos (Alexandr Wang), construir uma cultura de agilidade e, por fim, criar uma tecnologia que supere a inteligência humana supere seus concorrentes no uso para o consumidor final - afinal, quanto mais uso, mais ads no futuro.
P.s.: Mark conseguiu segurar Shengjia Zhao de retornar à OpenAI com a oferta de torná-lo cientista-chefe do projeto e um pacote bem recheado que ultrapassa $100 milhões.
MERCADO
A Nvidia quer voltar para a China

A corrida pela liderança em IA não se resume somente a modelos de linguagem (LLMs), aplicações ou à fabricação de chips: é também uma briga geopolítica. E no meio disso tudo, está a empresa mais valiosa do mundo: Nvidia.
⬅️ Do lado ocidental, os EUA bloquearam a venda dos processadores mais avançados da Nvidia para a China e adquiriram ~10% da Intel por ~US$ 11,1 bilhões.
➡️ Do lado oriental, a China acusa a Nvidia de colocar backdoors, mecanismos embutidos que permitiriam acesso não autorizado às aplicações, nos chips vendidos por lá, e respondem com incentivos fiscais às fabricantes locais — como Huawei e Cambricon — no programa “Made in China 2025”
O CEO Jensen Huang diz que as denúncias são infundadas e que levar os chips Blackwell para a China é uma “possibilidade real”. Para isso, é claro, ele precisa convencer o presidente Trump – que atualmente limita a Nvidia a vender a versão “light” H20 e ainda recebe 15% de tarifas. Ou seja, Jensen dá o tapa aqui, faz carinho ali, e vice-versa.
A pressa em vender para a China faz sentido: apesar do lucro recorde no último trimestre, a Nvidia ficou devendo em data centers e, portanto, colocar seus chips mais caros no sedento mercado chinês seria um alívio para os investidores.
E se engana quem acha que as empresas chinesas estão esperando o Blackwell de braços cruzados:
Huawei: a principal concorrente da Nvidia no mercado chinês, já fabrica chips para estatais e setores estratégicos, e está expandindo suas fábricas para triplicar a capacidade de produção até 2026.
Cambricon: a empresa desconhecida no Ocidente teve aumento de 4.000% na receita e vem produzindo chips para IA (tanto para data centers quanto para carros autônomos).
Alibaba: a gigante liderada por Jack Ma já anunciou US$ 58 bi em investimentos no setor e deve apresentar seu próprio chip nos próximos dias.
Tencent e Baidu: donas de LLMs open-source estão migrando seus sistemas para servidores baseados em chips da Huawei.
As fabricantes chinesas ainda não batem o nível tecnológico dos EUA – mas com uma briga geopolítica tomando cada vez mais corpo, ela já começam a ganhar escala o suficiente para minar o domínio da Nvidia no mercado de IA do país.
QUICK DROPS
Mundo Afora
EUA: anunciou um novo delay de 90 dias para começar a aplicar as tarifas-extras na importação de chips.
Meta: usou a imagem de famosos (incluindo Taylor Swift) para criar chatbots que flertavam com os usuários. Tudo sem autorização.
xAI: entrou na Justiça contra ex-funcionário que teria roubado segredos do Grok e levado para a OpenAI.
Metaplanet: anunciou a compra de 1.009 BTC por US$ 110 milhões e acumula ~US$ 2,1 bilhões com a criptomoeda.

NOVO ATAQUE HACKER AO PIX
Um ataque feito direto na Sinqia, empresa que conecta instituições financeiras ao Banco Central, foi responsável por roubos de ~R$ 670 milhões na última sexta-feira utilizando o Pix.
Lembra do golpe feito na C&M dois meses atrás? Nos dois casos, os criminosos usaram contas de laranjas para receber os depósitos roubados. O HSBC, principal alvo, diz que nenhum cliente foi afetado, sendo que cerca de R$ 366 milhões estão bloqueados e o restante ainda está em processo de recuperação.
Explorar as vulnerabilidades dos intermediários no sistema financeiro é o novo “assalto a carro-forte” do meio digital?
QUICK DROPS
Brasil Adentro
Digital Analytics*: quer saber como a galera do Google, do Itaú, da Claro, da NG.CASH, da Localiza e da Purple Metrics lidam com dados digitais? O timaço da Métrica Boss vai reunir geral e abrir o capô no Analytics Summit dia 16 outubro em SP – e Dropper tem um descontinho aqui!
Fintechs: após Operação Carbono Oculto, que escancarou sua relação com o crime organizado, agora vão ter que seguir regras de transparência mais rígidas definidas pela Receita.
Mercado Livre: compra farmácia Target em SP e deve começar a vender medicamentos online, em breve.
PIX: novas regras do MED (Mecanismo Especial de Devolução) vão permitir o rastreio de valores para facilitar restituição em roubos e golpes.
*Conteúdo de marca parceira
BIGTECHS
Microsoft no mês da independência

Entre afagos, cutucões, DRs, US$ 13bi em investimento e a sensação de uma dependência unilateral, a relação entre Microsoft e OpenAI já vem mostrando altos e baixos há algum tempo. Mas agora, a bigtech decidiu assumir sua independência de vez com seus primeiros modelos de linguagem próprios: o MAI-Voice-1 e o MAI-1-Preview.
“Drop, como assim primeiro modelo? E o Copilot?” Você pode usar o recurso de IA no seu Windows há dois anos, mas a real é que ele não é um modelo próprio e roda a partir do ChatGPT.
“O que então são os novos modelos?”
MAI-Voice-1: pode gerar até um minuto de áudio a partir de prompts e levando apenas um segundo. Roda em GPUs comuns e pode ser usado em narrações e podcasts, por exemplo.
MAI-1-Preview: feito para ser um “digital companion”, foi totalmente pensado para evoluir as interações entre usuário-chatbot e deve ser integrado ao Copilot em breve.
Nos dois casos, o foco da Microsoft é levar aplicações de IA para os consumidores e mostrar ao mercado que a Microsoft não é tão dependente da OpenAI quanto muitos pensam.
Contraditório ou não, o próprio Mustafa Suleyman (Chief AI da Microsoft) já disse que a empresa não pretendia investir tanto em trazer novos recursos empresariais.
STATS
58%
É a parcela dos líderes brasileiros que acreditam que a IA vai impactar suas carreiras no longo prazo. Apesar disso, apenas 8% deles acreditam que exista um risco real de substituição – um valor bem abaixo da média global, que aponta um a cada quatro executivos com esse temor.
A pesquisa Talent Trends Leadership 2025 da Page Executiva ainda revela que 53% dos executivos brasileiros já usam IA por conta própria, sem esperar ordem ou política da empresa (média global: 32%).
Parece agilidade, mas também é risco: sem governança e com o uso sem critério, as portas para vazamentos ficam bem abertas.
via Bloomberg Línea
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

Desde que a IA generativa virou mainstream com o lançamento do ChatGPT em 2022, os principais ganhadores foram:
- a tropinha dos chips e servidores (como a Nvidia, Dell, Super Micro Computer)
- seguidos pelas vendedoras cloud (Microsoft, Amazon e Oracle) e..
- as desenvolvedoras de modelos (OpenAI, Anthropic, Google).
Todas as demais categorias ficaram na geladeira enquanto o mercado esperava para ver se seus negócios seriam substituídos ou substanciados por IA. Na semana passada, após a apresentação de resultados trimestrais, algumas dessas empresas tech que andavam de lado desde então, reagiram:
MongoDB: chegou a saltar 44% no dia.
PureStorage: saltou 33%, seu segundo maior ganho.
Snowflake: também deu um jump de 21%.
Autodesk: mais moderada, mas também ganhou 8,4%.
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