Wasuup Droppers,

Hoje eu aprendi: que perder 2% da massa corporal em água está associado a uma redução de 28% no desempenho cognitivo. Em outras palavras, aquele coworker dizendo para você beber água estava certo! #StayHydratedDropper

Também aprendi: que, entre 2021 e 2025 o número de domínios .ai cresceu de 31 mil para 423 mil no mundo, um aumento de +1264%. Com tanta startup.ai disputando a atenção da galera, está difícil aparecer. Por isso criamos o Startup Corner, uma iniciativa Drops para dar a voz e a visibilidade que as startups brazucas de IA merecem - se inscreve aqui, ó!

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Intel: dá boas vindas aos novos sócios
• Meta: os óculos inteligentes mais inteligentes
• LimeWire comprou o Fyre Festival
• Figure: a próxima fase da Inteligência Artificial
• Notion: chegou aos US$ 500 mi
• OpenAI: os donos e seus retornos.

Dropped by Pedro Clivati e Renan Hamann
MERCADO

Intel: dá boas vindas aos novos sócios

A Apple passava por maus bocados em 1997, até a Microsoft chegar com US$ 150 milhões (10% da empresa na época) em um acordo que impedia a falência – e levava o Office direto aos Macs. A história não se repete, mas rima: quase 3 décadas depois, é a Intel que sofre e a Nvidia que chega com um cheque de US$ 5 bi e algumas demandas…

A correlação entre os dois investimentos mora na lógica estratégica por trás de um concorrente tecnológico mais forte (Microsoft e Nvidia) que apoia um rival em dificuldades (Apple e Intel) para preservar e expandir o ecossistema competitivo em seu setor.

Mas não é um investidor sozinho que segura as portas da ex-rival abertas. Depois de demitir e trocar de CEO, vender subdivisões que não geravam lucro e enxugar os custos, a Intel precisava encher os cofrinhos. E pra isso ela trouxe novos sócios:

  • Softbank: que fez um investimento de US$ 2 bilhões no mês passado

  • Governo Americano: colocou ~US$ 9 bilhões na fabricante de chips

  • Nvidia: acaba de alocar US$ 5 bilhões por 4% da empresa

O anúncio da entrada da maior empresa do mundo no captable da Intel fez as ações saltarem ~30% e adicionou +US$ 30 bi ao valor de mercado. Não é à toa: o novo supergrupo de sócios são o maior investidor, o maior governo e a maior fabricante do mundo.

A promessa é que ambas desenvolvam datacenters personalizados em conjunto, além de produtos de computação pessoal – e nesse segundo setor trazendo ameaças à AMD, que dominava ~40% do mercado com CPUs e GPUs integradas e forte presença nos consoles de videogame justamente por isso.

PS1: em 2010, a Nvidia valia US$ 5 bi (5% do tamanho da Intel na época)
PS2: o CEO da Nvidia tem uma fortuna de US$ 153 bi, enquanto a Intel toda vale US$ 146 bi.

QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Google: a guerra dos navegadores ganha mais um capítulo com o Google integrando sua IA Gemini ao Chrome – inicialmente só nos EUA.

  • DeepSeek: a chinesa por trás da IA R1, disse que gastou apenas US$ 294k para treinar seu modelo, enquanto a OpenAI disse que gastou +US$ 100 mi.

  • Netskope: foi a última startup a fazer um IPO na Nasdaq. A empresa de cybersecurity chegou aos US$ 8,8 bi de valor de mercado ao subir 21%.

  • Microsoft: anunciou a construção do que promete ser o datacenter mais avançado do mundo, de US$ 3,3 bilhões em Wisconsin – e promete 10x a capacidade do atual computador mais rápido do mundo

DEVICES

Meta: os óculos inteligentes mais inteligentes

via Tom's

Quem sabe tem coragem faz ao vivo. Foi seguindo os ensinamentos do Faustão de Steve Jobs que Mark Zuckerberg subiu aos palcos do evento anual da sua firma para fazer uma demo dos novos produtos da Meta em wearables, VR, AR e IA!

A maior das inovações anunciadas foram os óculos inteligentes que, além de ficarem mais inteligentes, também ganharam uma pulseira de acessório:

  • Os novos óculos: têm visor no lado direito para exibir mensagens, alertas, fotos e até tradução em tempo real diretamente na lente.

  • A fabricação: fica por conta da EssilorLuxottica (dona da Ray-Ban e Oakley).

  • Os recursos: incluem assistente de IA integrado, câmeras, alto-falantes, microfones e conexão com internet, cloud e redes sociais.

  • O controle: fica em uma nova pulseira Neural Band, que detecta movimento das mãos e dedos para emitir comandos.

Apesar de Zuck não ter conseguido atender a ligação durante a demo, o lançamento representa a mais recente tentativa da Meta de criar um device que seja capaz de fazer tudo (e mais um pouco) do que usuários fazem com smartphones. O plano (nada) secreto é chegar ao grito de independência de ecossistemas de Google e Apple.

Nem sempre o pioneiro lidera: a Microsoft lançou o HoloLens em 2015 mas vendeu apenas 300k unidades antes de descontinuá-lo. O Google Glass foi lançado em 2014 e vendeu só ~10k unidades antes de ir parar no cemitério do Google. A Snap(chat) fracassou com a primeira geração de Spectacles, mas quer voltar ao mercado em 2026.

Em fevereiro Mark disse que a primeira versão do Ray-Ban Meta Smart já tinha atingido 2 milhões de unidades e previa até 5 milhões até o fim de 2025. Já o novo modelo pode ter até 10 milhões produzidos até o fim do ano que vem.

PS: Infelizmente ainda sem data de lançamento no Brasil, chegou nos EUA custando US$799 (cerca de $100 mais barato que o iPhone 17).

LimeWire comprou o Fyre Festival

No que pode ser a notícia techbiz mais aleatória da semana, a LimeWire ressurgiu das cinzas, bateu um lance dado por Ryan Reynolds e se tornou a compradora oficial de ninguém menos que o Fyre Festival por US$ 245.000.

Vamos por partes:

  • LimeWire: é aquele serviço de compartilhamento de arquivos que surgiu nos anos 2000 e subiu ao estrelato quando o Napster foi fechado por causa do Metallica de pirataria. Em 2010, com milhões de músicas e filmes pirateados na plataforma peer-to-peer de torrent, teve o mesmo fim.

  • Fyre Festival: é aquela promessa de festival de música luxuoso nas Bahamas, promovido até pelas Kardashians e que fracassou miseravelmente a ponto de se tornar documentário na Netflix – e colocar o seu fundador atrás das grades.

  • Ryan Reynolds: quando não está atuando como Deadpool, está construindo e vendendo empresas ou criando campanhas de marketing e PR memoráveis.

A LimeWire precisou vencer 175 lances no eBay para levar os direitos de uso do Fyre Festival para casa. Segundo o CEO Julian Zehetmayr: “Fyre se tornou um símbolo de hype que deu errado, mas também fez história”, e o plano agora não é trazer o festival de volta à vida, mas sim o meme e a marca.

MARKETING E VENDAS

Drop te leva ao RD Summit no modo “0800”

O RD Summit 2025 virou parada obrigatória para profissionais de marketing e vendas, sendo o maior evento do setor na América Latina. 300 palestrantes, de referências BR a referências gringas para falar sobre trends, cases, ferramentas e demos práticas. E você pode ir lá pagando zero reais, 0800, na faixa com a equipe do Drop.

É simples. Até o dia 21/09, indique co-workers (inclusive você ganha ⭐ se essa pessoa for seu chefe) para assinar o TechDrop. Cada indicação vira uma chance de ganhar 1 passaporte para o RD Summit. Iremos sortear 2 passaportes. Quanto mais indicar, mais chances você tem..

Dia 23/09 vamos anunciar os ganhadores. Pegue seu link de indicação aqui.

Ps.: Cupom rd-club-techdrop segue ativo com 35% OFF até hoje para quem não quer contar com a sorte. See you soon Dropper. Garanta aqui!

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Economista Sincero, o influenciador também conhecido como Charles Mendlowicz, comprou a consultoria de wealth management Ticker Wealth.

  • CUB, a fin-proptech automatizando a gestão de recebíveis do mercado imobiliário, capta R$ 30 mi em rodada série A com a Alexia e Upload Ventures.

  • StartSe, especializada em educação executiva, é adquirida pela Alun, o conglomerado de educação dono da FIAP, Alura e PM3 por R$ 400-500 mi.

  • Arvo, a startup de IA e dados para o processo de pagamento em saúde, captou R$ 106 mi em uma série A liderada pela Kaszek e Base10 Partners.

  • UXComex, a startup dos agentes de carga e despachantes aduaneiros, é a mais nova aquisição da Logcomex por valor não revelado.

ROBÓTICA

Figure: a próxima fase da Inteligência Artificial

A internet andou para que a os chatbots de IA pudessem correr. Agora, os smartglasses vão andar para que os robôs de IA possam dar suas passadas largas.

Diferente dos grandes modelos de linguagem, as startups de robótica não podem simplesmente raspar as redes sociais, livros e artigos por dados – eles precisam vir de outras fontes que simulam movimentos humanos reais e são mais caros e escassos.

→ LLMs prosperam com a abundância de texto na internet.
→ Robôs prosperam com dados vinculados à física e a sensores

A Figure, startup de robótica com IA, acaba de bater US$ 1 bi em funding e chegar a um valuation de US$ 39 bi. No pacote, anunciou parceria com a Brookfield (gestora com +US$ 1 tri em ativos e 100 mil imóveis residenciais), além do deal já existente nas fábricas da BMW.

O capital, as parcerias e os planos da Figure:

  1. Usar os trabalhadores humanos das parceiras para capturar vídeos nos ambientes reais (casas e fábricas) e criar o maior e mais diverso dataset de pré-treinamento humanoide do mundo real.

  2. Usar o capital para construir mais infraestrutura (datacenters) e usar os dados para treinar o Helix, um modelo proprietário de humanoide da startup.

Para o futuro, o grande objetivo é integrar o modelo de IA no robô Figure e revendê-lo primeiramente para trabalho físico (um mercado de US$ 42 trilhões), famílias domésticas (um mercado de 2,3 bilhões de domicílios) e até fora da Terra (no mercado de exploração espacial).

STATS

US$ 500 milhões

é a receita anual do Notion, o aplicativo de produtividade e gestão favorito do Reddit (onde existe um subreddit /r/notion com +200k usuários).

O marco veio depois da startup dobrar de tamanho ao longo dos últimos 12 meses. Se perguntarem o motivo aos fundadores Akshay Kothari, Ivan Zhao e Simon Last, eles vão responder em uma só voz: IA.

Duas semanas antes do ChatGPT chegar ao mercado, o Notion já havia construído uma funcionalidade de assistente de escrita com o modelo da OpenAI. Desde então, a porcentagem de clientes pagando por funcionalidades de IA só aumenta:

  • 10-20% no ano passado;

  • 30-40% no começo deste ano;

  • +50% recentemente

Agora, o mesmo produto que já tinha uma base de conhecimento (da sua empresa ou da sua vida), ganha agentes de IA personalizado - o que, possivelmente, seja o mais próximo que já chegamos de um exército de funcionários profundamente informados trabalhando por você 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O Notion agora tem cerca de 1.000 funcionários e +100 milhões de usuários.

via CNBC

CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

OpenAI: os donos e os retornos

via The Information

Com todo hype em torno da inteligência artificial e com o produto mais usado da categoria, a OpenAI não teve muita dificuldade em se tornar a startup que mais levantou capital em toda história. Mas todo investidor espera receber algo de volta e agora a missão é se tornar a startup que mais deu retorno a quem acreditou na ideia.

Para isso, a dona do ChatGPT está se reestruturando com (a) um braço sem fins lucrativos com limite de retorno aos investidores e (b) um braço com fins lucrativos com upside ilimitado.

No novo braço com fins lucrativos, avaliado em US$ 500 bilhões, os donos são:

  • a Microsoft que investiu US$ 13 bi fica com 28% (~US$ 140 bi).

  • os Funcionários com vesting ficam com 25% (US$ 125 bi).

  • os últimos Investidores (Softbank, Founders Fund, Sequoia, a16z e Dragoneer) que investiram US$ 40 bi ficam com 13% (US$ 65 bi).

  • os primeiros Investidores (Khosla, Reid Hoffman do LinkedIn, YC, Paul Buchheit do Gmail) que investiram US$ 194 mi ficam com 1%, (US$ 5 bi).

  • os investidores do meio (Thrive, Emerson Collective e SV Angel) que apostaram US$ 6,6 bi na startup ano passado, ficam com 4% (US$ 7,75 bilhões).

  • o time da io (o estúdio de design de Jony Ive), que foi comprado em uma troca de ações, fica com 2% (US$ $10 bilhões).

No papel, todo mundo que pegou uma fatia da OpenAI tá no lucro. Mas transformar % em $ só rola com evento de liquidez – e, nesse tamanho, a conta só deve fechar mesmo com IPO.

PS: a reestruturação ainda precisa ser aprovada pela Microsoft e dois procuradores-gerais.

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