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OpenAI: contra tudo e contra todos.

Nada tira o brilho e atenção de um evento tanto quanto um concorrente sendo lançado com o mesmo nome, no mesmo dia, na mesma indústria. Foi exatamente o que aconteceu: enquanto Sundar Pichai e outros talentos do Google subiam ao palco do I/O, Sam Altman e Jony Ive anunciavam a criação do io, resultado da fusão de $6.5bi entre OpenAI com a LoveFrom.

O movimento é estratégico não apenas no timing do anúncio, mas principalmente porque coloca mais um tijolinho na fundação do império que Sam Altman planeja criar contra todos os big players da tecnologia:

• Google: a capacidade de fazer buscas em tempo real tem tirado (aos poucos) marketshare do principal mecanismo de busca da internet. Hoje o ChatGPT realiza 11.5bi buscas mensais, ainda longe dos +400bi do Google.

• Amazon: a possibilidade de realizar compras de produtos e serviços diretamente em uma conversa com o ChatGPT também conflita diretamente com o maior ecommerce do mundo.

• Apple: a contratação de Jony Ive e planos de lançar o próprio device, a startup espera controlar não apenas o software por trás dos aparelhos, mas principalmente o ecossistema de aparelhos, hoje dominado pela ex-empresa de Ive.

• Microsoft: a compra do Windsurf por $3bi e o lançamento da ferramenta de assistência ao desenvolvimento, Codex, vão de encontro a estratégia da Microsoft de criar e vender ferramentas para desenvolvedores.

• Nvidia: o design e desenvolvimento dos próprios chips para diminuir a dependência dos fornecedores também está nos planos de Sam e coloca a parceira Nvidia na fila dos concorrentes.

• Meta: o desenvolvimento de uma rede social proprietária também entra em conflito direto com a família de aplicativos de Zuck (Facebook, Instagram, Threads, Messenger, WhatsApp).

Se o novo device vai ser um smartphone, um smartwatch, um smartglass… ninguém sabe ainda. Fato é que Sam Altman está testando o novo smart-something há um mês e, segundo o mesmo, é o melhor produto que já experimentou e o maior projeto que a empresa já criou.

O io deve chegar ao mercado somente no ano que vem e a meta é atingir 100 milhões de unidades mais rápido do que qualquer outro produto.