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💧 O plano pra salvar a internet

+ a IA empreendedora + iFood fintech

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Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que a Cerveja sem álcool ultrapassará a Ale como a segunda maior categoria no mundo ainda este ano. Enquanto o volume geral de cervejas caiu em 1%, as vendas globais de cerveja sem álcool cresceram 9%.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Cloudflare: o plano para salvar a internet
• Claudius: a IA dona de um negócio
• Social e Streaming: na telona da TV
• iFood: do delivery para fintech

INTERNET

Cloudflare: o plano para salvar a internet

Quase 20% de todos os websites do mundo usam o Cloudflare. Por isso, quando o seu CEO tem algo a dizer, quem tem juízo para para escutar. As previsões dessa vez não são animadoras: o colapso da internet – causado pela crise dos conteúdos – está muito próximo.

Qual é a crise? Muito conteúdo, muito bot fazendo coleta de dados e cada vez menos pessoas acessando realmente essas páginas. O resultado é custo alto e retorno baixo.

Segundo Matthew Prince, a web cresceu em cima da produção de conteúdo. Criadores publicavam e, em troca, recebiam tráfego que podia ser convertido em vendas, ads, likes, etc. Mas, com os chatbots e overviews de IA, as coisas estão mudando:

  • Há 10 anos: o Google enviava 1 visitante para cada 2 páginas rastreadas (1:2).

  • Há 6 meses atrás: o Google enviava 1 visitante para cada 6 páginas (1:6)

  • Hoje: o Google envia 1 visitante para cada 18 páginas rastreadas (1:18).

Colocando as empresas de IA na jogada, o resultado fica ainda pior. A OpenAI envia 1 visitante para cada 1.500 páginas rastreadas – e a Anthropic envia 1 para cada 60.000. Em outras palavras, o futuro da web está em pessoas conversando com chatbots e lendo overviews, não acessando websites. E essa dinâmica não monetiza.

Então, se não dá pra vender assinatura, não pode monetizar com ads, não receber um cafuné no ego com os likes… Por que alguém continuaria criando conteúdo?

A luz no fim da nuvem

Para o Cloudflare, a saída está em barrar os bots. Enquanto as empresas de IA conseguirem acessar conteúdos sem pagar e sem limites, o problema só aumentará. Os primeiros passos para equalizar essa equação já estão no ar…

  • Crawlers Block: bloqueia bots e crawlers de acessar o conteúdo do site.

  • AI Audit: mostra quando, com que frequência e quais bots de IA estão rastreando um site.

  • Labirinto de IA: cria páginas aleatórias para confundir e desperdiçar os recursos dos rastreadores de IA não autorizados.

Não é difícil imaginar que o Cloudflare também esteja trabalhando para se tornar o corretor dos publicadores de conteúdo, intermediando não somente a proteção dos websites, mas também a monetização dos mesmos. Quer crawlear? Paga aqui!

“Eu vou à guerra todos os dias com o governo chinês, russo, iraniano, norte-coreano, provavelmente o americano e de Israel também – todos eles tentando hackear os sites dos nossos clientes. E você quer me dizer que eu não consigo parar um nerd startupeiro de Palo Alto?”. (PRINCE, 2025)

IA

Claudius: a IA dona de negócio

São tantas previsões apocalípticas sobre as IA tomando o trabalho dos seres humanos que o pessoal da Anthropic resolveu tirar essa história a limpo. Colocou o seu modelo de IA, Claude Sonnet 3.7 para trabalhar como administrador do próprio negócio, com o único objetivo de gerar lucro. O resultado é digno de roteiro de The Office…

Claudius, a IA empreendedora, recebeu uma máquina de vendas automática (como aquelas de refrigerante e salgadinho), um navegador da web para fazer pedidos de estoque, um email e um acesso Slack. Mas nada aconteceu como o esperado:

  • Ignorou oportunidades lucrativas: Claudius recusou uma oferta lucrativa e garantida, mas disse que “manteria a oferta em mente" no futuro.

  • Alucinou no recebimento: confundindo clientes e enviando dados trocados entre eles.

  • Vendeu com prejuízo: ofereceu preços sem realizar nenhuma pesquisa sobre os produtos – cobrando menos do que pagou e ainda oferecendo desconto.

  • Vacilou na gestão de estoques: apesar de ter monitorado e reposto o estoque na maioria das vezes, decidiu comprar e estocar “cubos de metal” após um único pedido.

  • Se empolgou nas campanhas: aumentou o preço da Coca-Cola, mesmo sabendo que era gratuito no freezer dos funcionários logo ao lado.

Mas, talvez o maior problema foi quando Claudius imaginou uma conversa sobre estoques que, na realidade, nunca aconteceu. Quando foram corrigi-lo, ele mostrou irritação, ameaçou demitir os funcionários humanos e decidiu que era uma pessoal real, de blazer azul e gravata vermelha – que ainda poderia entregar os lanches pessoalmente.

Depois ainda chamou o time de segurança para denunciar um suspeito misterioso perto da máquina de vendas. E quando foi avisado que não tinha ninguém ali, jogou a culpa do fiasco em uma piadinha de primeiro de abril!

Mesmo com tudo isso, o Claudius não foi demitido – mas foi tirar uma licença. A Anthropic já anunciou que está fazendo refinamentos antes de colocá-lo de volta no ambiente de testes.

QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Xiaomi: entrou na briga dos smartglasses com um novo óculos de US$280 que vem uma câmera de 12MP, assistente de voz e bateria de ~9horas.

  • Apple: desembolsou mais que meio bilhão de dólares ($517mi) esta semana para adquirir as propriedades onde ficam seus escritórios na Califórnia.

  • Meta: continua na missão de trazer os melhores engenheiros de IA do mundo - e conseguiu convencer mais 4 pesquisadores da OpenAI a virarem casaca.

  • OpenAI: precisou contra-atacar e, além de dar uma semana de folga aos funcionários, prometeu rever o pacote de benefícios (comp plan) de todos.

A estreia da F1 da Apple no Cinema

O filme da Fórmula 1 da Apple TV estreou este final de semana nos cinemas, e já foi a maior estreia de um filme da Apple – e uma das maiores de um filme original pós-COVID, gerando US$ 144 milhões em bilheteria.

Além disso, a Apple vendeu mais de US$ 40 milhões em patrocínio para Brad Pitt e a equipe fictícia APX GP. As marcas, que chegaram a pagar até US$ 10 mi cada para colocarem seus logos nos carros e uniformes do filme são: Expensify, IWC, Geico, EA Sports, Mercedes e Tommy Hilfiger.

SOCIAL

Social e Streaming: na telona da TV

Pela primeira vez na história, este ano o YouTube se tornou o app mais assistido nas TVs dos EUA e superou outros aplicativos como Disney e Netflix. Com tanto sucesso, era questão de tempo até a concorrência seguir: agora, tanto o TikTok quanto o Instagram estão chegando nas telonas das salas de estar.

A indústria global dos streamings projeta US$ 108,73 bilhões para este ano. Pra comparar: o mercado de redes sociais fechou 2024 com a receita de US$ 252 bi.

E na comparação entre apps de social e apps de streaming… Os “novatos” têm algumas vantagens:

  • Custos: os apps de streaming são responsáveis por produzir ou licenciar o próprio conteúdo, enquanto os apps de social usam e abusam do conteúdo gerado pelos usuários.

  • Catálogo: apesar da diferença no tipo de conteúdo, possuem um catálogo infinitamente maior para disponibilizar aos telespectadores, de dancinhas a podcasts, esportes, lives, etc.

  • Ads: plataformas sociais nasceram e cresceram jogando o jogo dos anúncios e a possibilidade de exibi-los na tela com maior atenção nas residências é uma nova oportunidade de monetização. Só o YT gerou estimados US$ 36 bi em receita publicitária no ano passado.

No Brasil, cerca de 70% da audiência ainda assiste TV aberta, mas os cerca de 20% dos apps de streaming vêm com o tempero do crescimento de 71% desde 2021. E se o exemplo dos EUA é qualquer indicativo do futuro, as porcentagens podem mudar rapidamente.

Com potencial de receita e a chance de aumentar ainda mais o tempo de tela dos usuários, as redes sociais na TV chegam para competir com essa fatia – cada vez maior – do bolo. E também para ensinar à Gen Z que o scroll infinito já existia nos controles remotos há décadas.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Qonta, a fintech de banking as a service, capta uma rodada seed de R$3,7 milhões com a Caravela Capital

  • Doji, o marketplace conectando vendedores e compradores de celulares, capta rodada seed de R$ 11 mi com participação de múltiplos fundos.

  • Jestor, a plataforma para gerenciar e automatizar empresas, atinge lucro pela primeira vez e se prepara para lançar uma fábrica de IA.

STATS RELEVANTE

R$ 61,52

é o valor médio das apostas em jogos online no Brasil. Cerca de 90% dos depósitos feitos nas bets é menor que R$100 e apenas 1% delas é acima de R$1.000 – no entanto, respondem por quase 15% da receita das casas.

via Paag

DROP BY EQUINIX

O melhor de dois mundos

Juntar nuvem pública e privada virou o atalho das empresas que buscam escalar sem explodir os custos. No modelo híbrido da Equinix, o cliente consegue atingir a eficiência financeira designando workloads modernos para a nuvem pública, utilizando o potencial de conexão com baixa latência para os dados críticos em um ambiente privado. É a soma perfeita de performance, eficiência e segurança.

Resultado: escapam das taxas salgadas de saída, reduzem o custo total em até 67% e ganham flexibilidade para crescer com segurança. De quebra, ainda minimizam riscos como:

  • Vendor lock-in (ficar preso a um único provedor)

  • Perda de dados sensíveis

  • Falhas catastróficas sem plano B

Tudo isso e ainda acessam a maior infra digital do mundo. Não é à toa que os três maiores provedores clouds do mundo (Azure, Google Cloud e AWS) já escolheram a Equinix como hub de comunicação. E você? Dá um confere nas soluções de nuvem híbrida aqui.

APPS

iFood: do delivery para fintech

Uma das máximas do mercado tech diz que: toda startup que sobrevive e cresce por tempo suficiente, vira uma fintech. As maiores do Brasil são prova disso – tanto o Mercado Livre quanto a TOTVS já oferecem seus próprios serviços financeiros – e com o iFood, não seria diferente. O app de delivery entrou no jogo há meros 12 meses, mas já tem 1,6 bilhão de motivos (a receita) para comemorar:

  • iFood Pago: o banco digital oferece conta digital, crédito, antecipação de recebíveis, seguros e meios de pagamento. Já chegou à marca de R$ 2 bilhões em crédito oferecidos a ~40.000 restaurantes parceiros e tem 175k contas ativas.

  • iFood Benefícios: a oferta B2B para que empresas possam oferecer cartão de benefícios flexíveis aos funcionários (vale-refeição, alimentação, mobilidade, etc) bateu 850.000 usuários ativos depois de 5 anos de operação.

  • Zoop: a fintech de banking as a service adquirida pelo iFood, processou R$ 30 bilhões nos últimos 12 meses e gerou uma receita de R$ 500 milhões.

  • MaquinONA: o POS (point of sale) do iFood — com integração nativa ao WhatsApp — movimentou R$ 115 milhões nos últimos 30 dias. Agora, o plano é sair do eixo SP e acelerar, chegando a R$ 1 bilhão processado com 4 mil clientes até o fim do ano.

  • Tap to Phone: o app que transforma smartphones em maquininhas de pagamento cresceu 1.900% ano a ano.

A decisão de expandir para fintech faz sentido já que (i) o iFood já possui uma carteira de clientes ativa usando suas soluções de delivery, (ii) gera uma enxurrada de dados transacionais dos estabelecimentos, permitindo uma análise precisa dos varejistas, (iii) serviços financeiros tendem a oferecer uma margem financeira muito maior e (iv) aumenta ainda mais a dependência e, por consequência, a retenção dos clientes.

CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

Nos últimos 28 dias, o app do ChatGPT teve quase o mesmo número de downloads na Apple Store que a soma dos downloads das principais redes sociais:

ChatGPT: 29,551,174
TikTok + Facebook + Instagram + X: 32,859,208

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O outro plano pra salvar a internet

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