Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que todas as listras finas nos Rolls Royce são pintadas à mão por uma pessoa só. Em uma empresa de +2.000 funcionários, Mark Court é o único responsável pela função há +20 anos e usa um pincel especial de pelo de esquilo para finalizar – se errar, toda a pintura do carro precisa ser refeita.

M&A

Ingresse e Ingresso: consolidando a bilheteria

As duas maiores plataformas de venda de ingressos do Brasil (Ingresse e TicketMaster) controlam apenas ~20% de todo mercado. Em outras palavras, a bilheteria aqui é tão pulverizada que se tornou um terreno fértil para consolidação. E é exatamente essa a estratégia da Ingresse, que acaba de comprar a Ingresso Nacional.

O conglomerado de plataformas de venda de ingressos adquirido pela Ingresse a tornou um dos maiores players do mercado – batendo de frente com a americana TicketMaster – e fechando o ano passado com um GMV de R$ 2 bilhões.

O valor tem sido suficiente para sustentar crescimento orgânico (marketing e vendas) e inorgânico (fusões e aquisições), mas talvez não seja o suficiente para sustentar a fome que se aproxima – o pipeline de futuras aquisições já beira os R$7 bilhões e potencialmente tem outros players como a BlueTicket, Sympla, Eventim e UTicket no radar.

QUICK DROPS

Mundo Afora

• Meta: conseguiu recrutar o cocriador do ChatGPT, Shengjia Zhao, como chefe dos cientistas de IA do seu laboratório de super-inteligência.

• Neuralink: está desenvolvendo um Olho Biônico Inteligente, que promete restaurar a visão de cegos por meio dos implantes cerebrais de IA.

• Intel: está cortando 15% de sua força de trabalho (25k) e desistindo de investir dezenas de bilhões na construção de fábricas de chips na Europa.

• Ramp: está discutindo uma nova rodada de investimento que avalia a startup em US$ 21 bilhões, um crescimento de 30% do mês passado.

• Google: lançou o Doppl, um aplicativo de IA ainda em fase experimental que permite aos usuários provarem roupas online e testarem diferentes estilos.

• Tea App: o aplicativo que supostamente protegeria mulheres em encontros, foi hackeado e +72k imagens e +13k identidades vazaram na net.

REDES SOCIAIS

Morango do Amor: o doce sabor da viralização

Foi-se o tempo que uma campanha bem sucedida precisava de times com diretores de arte, de criação, de planejamento, de mídia, de conteúdo, de social, de marketing, de atendimento, etc. Hoje, uma viralizada ingênua pode mudar o jogo – como a febre do Morango do Amor pode provar!

O doce instagramável de caramelo e brigadeiro em formato de morango deixou a paleta mexicana e o pistache comendo poeira e ocupou todos os rankings sociais no Brasil (e fora):

• Google: o termo ‘morango do amor’ ficou entre os mais buscados durante o mês de Julho, crescendo 1.333% no ano.

• TikTok, os termos estão na terceira e na quinta hashtags mais buscadas da semana, com +350k publicações.

• iFood saltou de 11k pedidos em Junho para 275k pedidos em Julho. O número de restaurantes oferecendo o docinho saltou de 800 para +10k.

• Ceasa disse que o preço da fruta disparou, dobrando no Distrito Federal e subindo +20% em outros estados.

Sem patente e sem um dono oficial, o doce vai se espalhando pelo Brasil como uma trend de domínio público. Mas isso não a deixa isenta ao playbook da internet e já tem infoprodutor vendendo curso online de como produzir o docinho.

PS. A confeiteira citada como pioneira pelo ChatGPT pediu demissão do emprego em uma multinacional de comércio exterior para se dedicar à produção.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

• Dados, IA, análise e carreira*: conheça o MBA em Data Science e Analytics USP/Esalq. É 100% online, com professores da USP e foco em aplicação real para aumentar o nível do seu jogo no mercado. Clique aqui para dar um passo além na sua carreira.

• Natura Ventures, o braço de CVC da Natura, comandado pela VOX Capital, investe na biotech norte-americana Mango Materials.

• Groner, a startup que criou um CRM especializado no setor de energia solar, capta rodada de valor não divulgado com a 4Equity.

*Conteúdo de marca parceira

ROBÓTICA

Tesla: o plano de 1 milhão de robôs por ano

Depois de uma breve temporada na Casa Branca, Elon Musk está de volta ao chão das fábricas da Tesla, dormindo no escritório e fazendo previsões super-ultra-otimistas sobre o futuro durante a apresentação de resultados trimestrais. Por exemplo:

• Tesla vai produzir 5.000 humanoides Optimus até o fim do ano: porém, produziu apenas algumas centenas e vai precisar escalar a produção significativamente para bater a promessa do chefe.

• O valor de mercado da Tesla pode chegar aos US$ 25 trilhões de dólares: uma cifra que representa vinte e seis vezes o valor atual da empresa, que já é negociada em um múltiplo muito acima da média de mercado.

• A Tesla produzirá mais de um milhão de robôs por ano até 2030: adaptando e utilizando as giga-factories da Tesla, que atualmente estão fabricando carros elétricos.

• A Tesla pode eventualmente vender o robô por menos de US$ 20.000: o que estaria em par com as soluções chinesas, mas distante da realidade ocidental.

Para Musk, a visão dos robôs humanoides da Tesla precisa se concretizar com certa rapidez. Um motivo bem claro é a queda nas vendas do seu principal produto (carros elétricos), que ficou em -12% no último ano.

O outro motivo é mais ambicioso: os robôs são vitais para os planos de colonização de Marte da SpaceX e eles devem ser os primeiros a terem uma passagem na Starship rumo ao planeta vermelho. Por enquanto o Optimus pode ser encontrado servindo pipoca no novo restaurante da Tesla.

STATS RELEVANTE

R$ 590 bilhões

É o volume que o varejo digital brasileiro deve movimentar nos próximos três anos — um salto de 10% a 20% sobre os R$ 349 bilhões atuais.

Hoje, quem domina o jogo é o Mercado Livre, com 40% de marketshare, seguido por Shopee (15%), Magalu (13%) e Amazon (11%). Mas a briga deve esquentar com TikTok Shop, Shein e Temu chegando com apetite (e muitos cupons).

via UBS BB

STARTUPS

OpenStore: um downround de 95%

O ditado diz que um ativo vale tanto quanto alguém está disposto a pagar. No caso da startup de ecommerce OpenStore, isso já significou um valuation de US$1 bilhão em 2022. Três anos depois, a disposição mudou para meros US$ 50 milhões – uma queda de 95% no valor de mercado da startup.

Mas o que justifica a queda?

• 2021: A startup surgiu como um agregador de lojistas do Shopify, comprando lojas da plataforma para centralizar operações, cortar custos e escalar receita.

• 2022-2024: a estratégia criou um portfólio de ~50 marcas

• 2025: a OpenStore percebeu que quantidade não é qualidade e agora decidiu focar em apenas uma marca: Jack Archer – comprada em 2022 por US$ 1 mi e que agora gera US$ 10 mi/ano.

O novo valuation vem acompanhado também de uma nova rodada série C para captar US$ 15 milhões e apostar no novo caminho.

No fim do dia, tanto captação quanto valuation mostram que: (i) a OpenStore é mais uma vítima da era ZIRP (zero interest rate policy), quando juros em baixa e o apetite dos venture capital em alta inflaram o mercado; (ii) a fome mudou e hoje a grana dos VCs está indo para morango do amor startups de IA.

As poucas que conseguiram levantar novas rodadas, tiveram que batalhar. O valor de investimento destinado a startups de ecommerce saiu de US$ 44 bilhões em 2021 para singelos US$ 9 bilhões em 2024.

CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

A receita de anúncios nos mecanismos de busca ainda é a grande geradora de caixa do Google, mas com cada vez menos representatividade, já que em 2010 essa porcentagem chegou em 85%.

Por outro lado, a receita vinda do segmento de Cloud e Youtube foram as que cresceram em ritmos mais acelerados (+100%).

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