Dados para o bem, Dados para o mal!

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Para quem ainda não o conhece, John Oliver é o apresentador do talk show Last Week Tonight - basicamente a versão americana (e original) do programa do Gregorio Duvivier, Greg News - que já ganhou 23 Emmys entre os 52 que disputou.

No último episódio, John voltou suas armas para as políticas públicas (ou melhor dizendo, a falta delas) de proteção de dados online. O fato é: empresas sabem mais sobre você do que você imagina e fazem mais com isso do que você gostaria. Políticas a parte, vamos destrinchar as táticas utilizadas pelo programa - e por muito marketeiro digital - para colocar os congressistas em saia justa:

1. Criar um grupo demográfico com critérios similares: localização geográfica, idade média, interesses.No caso do programa: até 5km do congresso, entre 45-70 anos, com interesses como crises de meia idade, queda de cabelo, etc.

2. Colocar no ar uma campanha de ads promovendo algo dentro do interesse do grupo.No caso do programa: casamentos não deveriam ser uma prisão!, é permitido votar duas vezes?, você gostaria de ler esses contos eróticos do Ted Cruz?

3. Ao clicar na propaganda, o usuário automaticamente compartilha algumas informações pessoais.No caso do programa: endereço de IP, o IP do aparelho sendo usado e o tipo de aparelho (android, computador, iOS)

4. Ao usar uma ferramenta de “reverse IP engineering”, é possível fazer uma regressão daquele endereço e conectá-lo a uma pessoa real.Usando ferramentas como: IDA Pro, Hex Rays, CFF Explorer, API Monitor

O programa termina com uma chantagem: se o congresso não fizesse nada a respeito, ele mesmo ia divulgar uma pasta com os dados pessoais dos políticos.

A próxima vez que você escutar a frase: “se ninguém te cobra para usar o produto, você é o produto”, chances são de que essa plataforma esteja coletando seus dados e monetizando em cima - seja revendendo o dado cru, seja te mostrando ads.

Eaí, Greg, roda uma dessas para o pessoal de Brasília, pfv? Nunca te pedi nada!

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O que rolou mundo afora

• Facebook: apresentou em uma live o projeto do metaverso, Horizon Worlds. Em suma: usuários poderão comprar e vender itens e terras virtuais, o FB fica com 47.5% de cada venda e, junto com isso, um fundo de $10M para incentivar criadores. Ps: o Oculus já tem ~2.4m usuários ativos diários.

• CNN+: investiu $300M e lançou seu próprio streaming. Assessorados pela McKinsey, a projeção era de 2 milhões de usuários no primeiro ano. Até agora, duas semanas pós lançamento, são apenas 10k.

• FIFA+: falando em streaming, a FIFA adicionou um + e lançou a sua própria versão que oferece jogos ao vivo, gravados, documentários, entrevistas, etc.

• Twitter: recebeu uma oferta de $43bi de Elon Musk para comprar a empresa e tirá-la do mercado de ações. Segundo Musk, essa é a única forma de fazer as mudanças necessárias a favor da liberdade de expressão e o valor é um prêmio de 18% acima do valor atual da empresa - vale a pena ler o email de oferta.

Dell: de $1M à $100M em 20 meses !

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A poucos anos atrás, a Dell estava na lista negra de Wall Street, rumando para o mesmo destino do Black Berry, do Mp3 e tantos outros esquecidos que ficaram pelo caminho.

De repente, Dell está no topo do mundo novamente, queridinha de Wall Street, expandindo para muito além dos PCs e Notebooks e mais próxima de ser uma Apple do que de uma Kodak.

Essa é a história da dívida e do virada do século:

• 2010, Dell é uma empresa pública em decadência. Um valuation aproximado de $25bi, produtos desatualizados e vendo a onda passar.

• 2013, Michael Dell, fundador e CEO da empresa, em parceria com o fundador da private equity Silver Lake, Egon Durban, tiram a Dell do mercado de ações e a tornaram uma empresa privada por $24.9 bi.

• 2016, Dell e Durban levantam a maior dívida da história do mercado privado, $67 bi, para adquirir a EMC Corporation.

• 2017, a empresa expande para além da fabricação de PCs e Notes e passa a oferecer infraestrutura digital para grandes empresas, armazenamento e análise de dados online, entre outros serviços que combinam hardware e software.

• 2018, a aposta dá certo, a Dell abre capital no mercado de ações novamente, dessa vez com um valuation de ~$90bi (quase 4x o valor da recompra a 5 anos atrás).

Diferentemente dos outros CEOs que colocaram bilhões no bolso, Bill Gates (que hoje é filantrópico), do Richard Branson (astronauta dono de ilhas), Steve Ballmer (dono do Clippers / NBA), Michael é um fundador e CEO financeiro e quer continuar sendo!

E com movimentos financeiros - troca de classes de ações, levantamento de capital em dívidas, buyout, tornar a empresa pública, privada e publica novamente - e sem medo de inovar - entrou em dados, infra, games, software - Dell foi responsável por um dos maiores casos de sucessos do mercado tech dos últimos anos.

Atualmente, a Dell-empresa tem um marketcap >$100bi e o Dell-pessoa vale, sozinho, +$50bi.

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O que rolou Brasil adentro

• unico, a startup especializada em soluções para identidade digital, fechou a série D de US$ 100 milhões, liderado pelo Goldman Sachs e se tornou o segundo SaaS mais valioso da America Latina.

• i9 Delivery, a food/logtech de delivery, capta rodada seed de R$300k liderada pela SCALEXOPEN.

• SYOS, a startup revolucionando o mercado de refrigeração no Brasil, capta R$12mi liderado pelo Indicator Capital.

• Vitamine-se, a startup especializada em vitaminas e suplementos personalizados, capta seed de R$8mi liderado pela Green Rock e atinge valuation de R$40mi.

• Theia, a healthech de saúde feminina que oferece suporte, acompanhamento e uma metodologia específica para mulheres em periodo de gestação, capta R$30mi em rodada seed liderada pela 8VC.

• Galena, a startup construindo a ponte entre escolas públicas e grandes empresas, capta U$16.7milhões em rodada série A liderada pela Altos Venture

• Eats for You, a foodtech transformando donas(os) de casa com quem tem fome, capta rodada liderada pela Alelo. 

Contra dados não há argumentos

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