💧 O ARR que eu respiro

+ Google ajudando publishers + outras contratações na Meta

Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que o Brasil está liderando o ranking latino americano de êxodo dos milionários em 2025 e ocupa a sexta posição no ranking global. De acordo com a Henley & Partners, 1200 brasileiros com patrimônio de +US$1 milhão devem abandonar a Terrinha este ano.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Meta: custe o que custar
• Google: não vai abandonar os publishers
• Bible Chat: a IA chegou aos livros sagrados
• Cursor: o ARR que eu respiro

MERCADO

Meta: custe o que custar

Não passou nem uma semana que Sam Altman disse orgulhosamente que nenhum de seus funcionários da OpenAI havia aceito a oferta de +US$100 milhões da Meta e… quatro de seus pesquisadores abandonaram o barco para se juntar ao time das estrelas de Mark Zuckerberg.

  • Lucas Beyer, Alexander Kolesnikov, Xiaohua Zhai: os três pesquisadores que representavam basicamente toda a equipe de Zurique da OpenAI.

  • Trapit Bansal, que também era da OpenAI e foi um dos grandes responsáveis pela criação do primeiro modelo de reasoning da startup, o1.

  • Jack Rae, que liderava pesquisas no DeepMind do Google.

  • Johan Schalkwyk, o líder de machine learning da startup Sesame.

A política da boa vizinhança de não abordar funcionários de outras big techs ficou para trás e Mark parece estar disposto a comprar contratar a elite da inteligência humana para produzir inteligência artificial dentro do seu novo laboratório SuperIntelligence. E, sabendo que o budget de capex da Meta, somente para 2025, é de US$64-72 bilhões, pode esperar mais contratações por aí, custe o que custar.

PS: os contratados confirmam a contratação, mas desmentem os bônus.

MÍDIA

Offerwall: a oferta do Google aos publishers

Com os chatbots de IA tomando cada vez mais o lugar dos mecanismos de busca, e com o próprio Google canibalizando os cliques da sua página de resultados com o AI Overview, a bronca sobrou para quem sobrevivia dos cliques: os publishers. Mas o Google diz que não os abandonou por completo: vem aí, os Offerwalls!

A nova ferramenta permite que os sites ofereçam aos seus visitantes diversas maneiras de acessarem e monetizarem seus conteúdos, tais como: micropagamentos, realização de pesquisas, visualização de anúncios, assine uma newsletter, ouça um podcast e muito mais.

  • Um exemplo de micropagamentos é a possibilidade de websites cobrarem um valor menor pelo acesso a um só conteúdo por minutos, horas, dias ou semanas – ao invés das famosas (e odiadas) assinaturas mensais recorrentes.

  • Um exemplo de pesquisas é a possibilidade de um website mostrar um formulário com algumas perguntas aos seus visitantes e receber pela quantidade de respostas. Ou até que os usuários respondam sobre suas preferências, gerando dados para que o Google personalize seus anúncios.

  • Um exemplo de ad seria oferecer acesso a um conteúdo que, via de regra, seria pago, mas pode ser acessado se o usuário topar assistir a um não-tão-breve anúncio em vídeo.

A nova ferramenta está disponível diretamente na plataforma de Ad Management do Google - mas somente 1.000 publishers ganharam acesso na fase de testes.

Em resumo: o Offerwall pode ser um divisor de águas para pequenos e médios publishers – que muitas vezes não têm estrutura para estratégias complexas de monetização. Mas também pode dar um fôlego extra para sites maiores que viram o potencial de receita ter uma projeção de queda de US$ 2 bi.

Num blogpost, o Google diz que a flexibilidade da ferramenta mira em levar mais audiência e mais receita em até 9%. Resta saber se isso será suficiente para tapar os buracos deixados pela audiência que migrou para as respostas mais rápidas e precisas dos chatbots.

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QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Reddit: CEO diz que os conteúdos e votos vão continuar sendo feitos por humanos e para humanos, sem uso de IA.

  • Trump Phone: não alega mais ser “made in USA”, mas sim “produzidos com os valores americanos em mente”, na China.

  • Nvidia: revelou numa reunião com investidores que planeja equipar bilhões de robôs e centenas de milhões de carros autônomos no futuro.

  • Microsoft: a tela azul da morte vai ser aposentada depois de 40 anos. Spoiler: ela só mudou de cor.

  • YouTube: vai ganhar sua própria versão dos AI Overviews.

  • Intel: anunciou que vai encerrar suas iniciativas de chips para carros autônomos e fazer mais uma rodada de layoffs.

Zuckerberg 2: o inimigo agora é outro

O filme A Rede Social foi o primeiro blockbuster de Hollywood explicando a trajetória de criação da rede social que, hoje, se tornou um dos maiores conglomerados tech do mundo.

Quinze anos, um rebranding, várias redes sociais e quase 2 trilhões de dólares depois, o filme finalmente está ganhando uma sequência.

A Rede Social Parte II será inspirada no escândalo de vazamentos mostrando o que acontece dentro do escritório da maior rede social do mundo, o chamado Facebook Files.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Redes Sociais: STF decide que elas podem ser processadas se não removerem posts ilícitos após notificação extrajudicial — sem precisar de decisão judicial prévia.

  • Dfense, a cybertech protegendo negócios dos hacks, é adquirida pela FCamera, que inaugura sua vertical de segurança digital.

  • Grupo Marista, um dos maiores grupos educacionais do país, entra na dança dos CVCs com a Rosey Ventures, um fundo de R$30 mi.

  • Maritaca, a primeira IA nascida e criada no Brasil, nativa em português-BR, recebe investimento de valor não declarado da JusBrasil.

APPS

A bíbl-IA é tech!

Ela pode estar debaixo do braço a caminho da igreja, aberta no aparador da sala — ou alimentando a IA de um dos apps mais baixados do mundo. Criado na Romênia, o Bible Chat encontrou um público fiel nos Estados Unidos, usou o network effect das redes sociais para expandir globalmente agora conta com 25 milhões de usuários ativos por mês.

Em fevereiro, o app romeno levantou US$ 14 milhões em uma rodada liderada pela True Ventures. O foco era claro: escalar funções e base de usuários. Deu certo — o app chegou ao top 5 global da App Store e Google Play, liderando entre os apps religiosos.

O Bible Chat é literalmente o que o nome sugere: um mix entre a Bíblia Sagrada dos cristãos e um chatbot com IA. Além de permitir o encontro de passagens para basicamente qualquer situação, também responde a perguntas que não foram previstas nos Testamentos. Para isso, o modelo de IA por trás do Bible Chat – um GPT customizado – foi treinado com:

  • Várias versões da Bíblia, em diferentes idiomas.

  • Comentários teológicos e históricos, pra dar contexto e profundidade.

  • Milhares de perguntas reais, usadas para ensinar a IA a lidar com dúvidas do dia a dia.

O Bible Chat opera no modelo freemium e 95% dos usuários não pagam. Mas os 5% de assinantes levaram o app a reportar uma receita recorrente mensal de US$ 300 mil.

Por trás de todo esse sucesso tem: um pouco de SEO, um pouco de tutoriais rápidos no IG e TikTok, e muitas palavras-chaves comparadas no Apple Ads - são mais de 2.000 dentro da loja de aplicativos da maçã mordida por Eva.

O total addressable market do aplicativo é de + 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Então é de se esperar que a caminhada sobre as águas esteja só começando.

STATS RELEVANTE

US$ 750 bilhões

É o potencial valor de uma multa que a Anthropic terá que pagar por violar os direitos autorais de +5 milhões de livros - ainda cabe recurso, negociação e muita reza braba.

via AiDrop

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Cursor: o ARR que eu respiro

Poucas métricas dão tanto prazer para um fundador tech (ou investidor) do que ver seu ARR (annual recurring revenue) crescendo. A mágica da recorrência e a paz da previsibilidade são música para os ouvidos startupeiros. Mas, nunca na história desse país newsletter, esse número cresceu tão rápido quanto nas startups de Vibe Coding:

  • Cursor: pulou de US$ 10 mi pra US$ 50 mi em 7 meses e dobrou para US$ 100 mi apenas 5 meses depois.

  • Lovable: saiu de zero pra US$ 10 mi em 2 meses. Agora já bateu US$ 60 mi.

  • Windsurf: estava em US$ 40 mi em abril e já mira US$ 100 mi até o fim do ano.

  • Replit: saltou de US$ 10 mi para mais de US$ 100 mi em menos de 6 meses.

O que justifica tanta hype? Os resultados! Essas ferramentas estão transformando meros mortais em desenvolvedores, e desenvolvedores em gestores de agentes autônomos - elevando a capacidade produtiva em múltiplos inimagináveis na era a.C. pré-inteligência-artificial. Mas o que muda na prática?

Primeiro, a quantidade de ferramentas disponíveis, que devem se proliferar como ervas-daninha depois da chuva, já que qualquer um pode desenvolver um app.
Segundo, a equação dos investidores para decidirem se apostam ou não em uma startup, já o tempo de vida e número de funcionários se tornam irrelevantes.
Terceiro, a força da distribuição das big techs, que já foi vantagem competitiva, deixa de ser…

Basta olhar para o Cursor, que apesar de ter cerca de 30 funcionários e menos de dois anos de vida, já se tornou o editor de código mais utilizado do mundo - batendo até mesmo a solução da Microsoft (GitHub Copilot) e seus 228,000 funcionários e seus 50 anos de vida

PS: OpenAI: levou menos de um ano para sair de US$ 10 mi para US$ 50 mi de ARR; ela projeta US$ 10 bilhões para esse ano.

PS2: SaaS lucrativo não é exclusividade dos gringos e esse ep do OFF THE GRID conta como fazer o mesmo por aqui.

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