Mesmo com uma vida tĂŁo cheia quanto sua agenda de CEO, AngĂ©lica Madalosso nĂŁo para de correr – literalmente. Como fundadora da "ILoveMyJob", AngĂ©lica constrĂłi sua carreira auxiliando outras empresas a conquistar e reter talentos alinhados Ă  sua cultura e seu negĂłcio.

Curiosa por natureza, AngĂ©lica se interessa por temas como inteligĂȘncia artificial e empreendedorismo. AlĂ©m de ser mĂŁe da Ana Luiza e tutora orgulhosa de dois cachorros, ela ainda encontra tempo para suas paixĂ”es, como a corrida de rua.

Hoje ela Ă© nossa convidada no Drop the Mic, pronta para compartilhar sua jornada empreendedora e um pouco das histĂłrias que ela coleciona pelo caminho.

Angélica, the mic is yours!

đŸŽ€ Como Ă© uma clĂĄssica segunda-feira na sua vida?

AngĂ©lica: Sei que muita gente sofre da “SĂ­ndrome do FantĂĄstico” no domingo, que deixa as pessoas num modo nĂŁo tĂŁo feliz. Mas eu sou uma entusiasta da segunda-feira. AliĂĄs, nosso propĂłsito na ILoveMyJob Ă© “faça sua segunda tĂŁo boa quanto a sexta”.  NĂŁo vou dizer que eu tĂŽ bem em todas as segundas, mas em 90% delas eu estou empolgada.

Ainda no domingo Ă  noite eu gosto de olhar o que eu tenho de mais importante na semana. AĂ­ na segunda de manhĂŁ, ou no prĂłprio domingo, eu gosto de definir alguns quick wins, que sĂŁo as tarefas que eu quero fazer muito bem naquela semana. Gosto de acordar bem cedo, 5h ou 5h30, pra fazer exercĂ­cios ou mesmo pra trabalhar, porque Ă© um horĂĄrio que eu consigo focar. AtĂ© porque, segunda Ă© um dos nossos dias presenciais, assim como quarta. Na Ășltima segunda-feira do mĂȘs, tambĂ©m temos nosso all hands
 no geral, eu converso muito com meus sĂłcios para falar e alinhar sobre algumas rotinas.

đŸŽ€ Por que vocĂȘ faz o que faz?

AngĂ©lica: Eu acredito que liderar um negĂłcio e construir algo tem muito a ver com o sonho e com o propĂłsito. Na verdade o que me move hoje Ă© fazer os negĂłcios e as pessoas se conectarem no momento certo. Isso nĂŁo significa ser um profissional perfeito ou que a empresa Ă© perfeita, logo vai dar certo
 nĂŁo. A gente ajuda as pessoas a terem cada vez mais clareza do que elas querem para a carreira delas, assim como aquela empresa ter clareza de qual Ă© o profissional que ela precisa para alcançar seus objetivos de negĂłcio. É essa conexĂŁo perfeita entre pessoas e negĂłcios que me move hoje.

đŸŽ€ Qual Ă© o comportamento ou caracterĂ­stica do seu mercado que mais te incomoda?

AngĂ©lica: Eu ainda vejo muitas iniciativas de empresas querendo implementar uma cultura de employer branding. Elas fazem uma pesquisa, entendem as fortalezas e os gaps que elas tĂȘm... Mas quando elas enxergam isso, muitas delas dizem que nĂŁo Ă© momento de colocar a estratĂ©gia de employer branding na rua. Elas querem se espelhar no Google. 

AĂ­ eu gosto de comentar que o Google Ă© o Google nĂŁo porque ele olhou para a identidade de marca empregadora, viu que era perfeito e por isso ele resolveu contar para o mercado. Muito pelo contrĂĄrio, o Google tem muita clareza de quais sĂŁo os gaps que ele tem e quais ele vai melhorar. Mas ele tem total controle da narrativa de marca empregadora. Eu uso nas minhas palestras um print do Glassdoor do Google onde a gente vĂȘ pressĂŁo, excesso de trabalho, liderança autoritĂĄria
 E muitas vezes os meus clientes chegam questionando: “olha mas como Ă© que eu vou falar da minha marca empregadora para o mercado se as pessoas estĂŁo reclamando de burnout”. O Google tambĂ©m tem isso. Mas ele cuida, ele busca melhorar, ele mostra para as pessoas que ele tenta melhorar. E ao mesmo tempo ele dĂĄ muito zoom naquilo que a empresa tem de bom. E isso Ă© assumir a narrativa. NĂŁo Ă© esperar a perfeição para contar quem vocĂȘ Ă© enquanto empregador.

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đŸŽ€ Se o seu time precisasse eleger a caracterĂ­stica mais irritante de trabalhar com vocĂȘ, o que vocĂȘ acha que falariam?

AngĂ©lica: Acredito que sejam duas coisas. Uma Ă© a velocidade que eu quero que as coisas aconteçam. Eu tenho um pensamento muito rĂĄpido. E Ă s vezes eu escuto: “serĂĄ que isso nĂŁo Ă© falta de foco?”. Porque Ă s vezes eu quero fazer muitas coisas ao mesmo tempo. NĂŁo quero que a gente perca o protagonismo no mercado e sempre busco estar na frente dos meus concorrentes. 

E tambĂ©m acredito que eu sou uma pessoa muito objetiva e sincera. Quem tĂĄ perto de mim, meus liderados diretos, sabem que eu tenho um coração enorme. Mas quem vĂȘ de longe pode pensar que eu sou fria ou muito objetiva. Mas esse Ă© meu jeito de falar
 Acho que sĂŁo essas as duas coisas que as pessoas podem se irritar comigo.  

đŸŽ€ Qual Ă© a principal diferença entre a AngĂ©lica do escritĂłrio e a AngĂ©lica de casa?

Angélica: Em casa eu sou menos acelerada. Enquanto no trabalho eu estou fazendo mil coisas, quando chega o final de semana, eu prefiro dizer não para vårias coisas sociais, gosto de ficar em casa mesmo. A não ser para viajar, que eu gosto muito.

Outra coisa que eu noto é que no trabalho eu tomo muitas decisÔes. E quando eu estou em casa, prefiro que tomem a decisão por mim. Boa parte das decisÔes em casa quem toma é meu marido. Ele também trabalha muito, mas em outra årea. Então eu delego muitas dessas decisÔes pra ele. 

đŸŽ€ Qual traço cultural de uma empresa que vocĂȘ percebe como uma “red flag”?

AngĂ©lica: Acho que Ă© o excesso de “melindre”. Sabe quando vocĂȘ vĂȘ um trabalho e acha que ele poderia ficar melhor e fica com medo de dar um feedback sincero, por medo de ofender a pessoa? Eu acho que hoje as empresas conseguem construir um ambiente onde o colega entende que ele pode criticar tanto para o lado bom, quanto para algo que a pessoa possa evoluir. Assim como ele tambĂ©m pode receber crĂ­ticas e trocar cada vez mais com o colega, DĂĄ pra fazer isso sem ser desrespeitoso, e acho que esse Ă© o segredo maior, inclusive para inovação e para a evolução do trabalho.

đŸŽ€ E qual Ă© “green flag” que Ă© positiva nas empresas, mas que Ă© difĂ­cil de mostrar ou externalizar pro mercado?

Angélica: A gente encontra muitas empresas em que os colaboradores se queixam de falta de oportunidade de crescimento na carreira. E aí quando vamos ver, aquela empresa tem muita gente que cresceu, que foi promovida e que fez história, e mesmo assim existe essa reclamação. E aí o que eu acho que essas empresas entraram muito naquele conceito de protagonismo de carreira, e se esqueceram que é importante pelo menos ajudar os colaboradores a enxergarem esses caminhos. E claro que se a pessoa não se identificar com aqueles caminhos, ela também pode criar o próprio. 

Isso é um atributo de marca empregadora que muitas vezes não é simples de ser comunicado e percebido.  

đŸŽ€ Qual Ă© o seu fracasso favorito ou o que te ensinou mais?

AngĂ©lica: NĂŁo sei se Ă© um fracasso
 mas muitas vezes, antes de empreender, quando eu tinha que terminar um relacionamento profissional, pedir demissĂŁo, eu nĂŁo me dei tambĂ©m. AtĂ© acho que isso me ajudou a chegar onde eu estou, mas acho que eu poderia ter feito diferente. NĂŁo Ă© porque essa relação profissional nĂŁo servia mais naquele modelo, que nĂŁo poderia ser Ăștil numa outra forma de parceria. 

Outra coisa é que não devo culpar os outros pelas expectativas que eu mesma criei. 

đŸŽ€ Qual o pior conselho que vocĂȘ jĂĄ recebeu?

AngĂ©lica: “NĂŁo seja lĂ­der. VocĂȘ nĂŁo serve pra ser lĂ­der. Eu vou te transformar em especialista e tu pode crescer o quanto que tu quiser, mas sendo especialista.”

đŸŽ€ Que frase vocĂȘ estĂĄ sempre repetindo, quase como um mantra? 

AngĂ©lica: “Melhor feito do que perfeito,” A gente precisa fazer primeiro, depois aprimorar.

đŸŽ€ Bate bola, drop rĂĄpido: pra fechar, nos deixe algumas indicaçÔes..

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