🎤 Drop The Mic: Luciana Lancerotti

Apresentado por MOTIM

Luciana Lancerotti, Deusa (como seus filhos a chamam), Luli (como sua mãe a chamava) ou simplesmente Lu, é uma das pessoas mais queridas pelo mundo do marketing. 32 anos de mercado e 20 de Microsoft, a Executiva de Marketing teve grandes feitos na sua trajetória; como Lu Lancerotti continua espalhando sua paixão pelo coletivo.

Lu, the mic is yours, drop it:

São tantas, posso listar algumas? haha Primeiro que acredito que onde estou e quem sou são coisas diferentes. No Linkedin a gente acaba assumindo uma capa mais corporativa né? Eu ainda acho que visto pouco a roupa da Executiva e busco sempre ser a LU integral.

Eu fui bailarina por muitos anos, é uma das minhas paixões. Também joguei futsal em uma época que era muito raro mulheres nesse esporte.. Como assim uma bailarina joga futebol? Diria que era uma das piores jogadores, e mesmo assim era a capitã da equipe. Acho que minha paixão pelo coletivo e lidar com pessoas já falava mais alto. Ah, também sou formada em piano.

Não faço mais nada disso, mas sou super incentivadora da arte e esportes num geral. Leitura de percepção humana é algo que o esporte me proporcionou muito

Um fato sobre acadêmico que as pessoas adoram quando conto é que eu queria ter feito física nuclear - adoro números e as pessoas de exatas. Desisti quando conheci um físico em um laboratório da USP e perguntei onde estavam as outras pessoas, e ele me respondeu: “somos só nós, eu e os equipamentos.” Imaginem minha cara de pânico, justo eu que falo com todo mundo e quero conectar pessoas!

Me formei em Desenho Industrial, no paralelo também fiz a graduação em marketing e Pós em Comunicação. Ou seja, Humanas, Exatas, Biológicas... não era sobre isso e sim sobre minha visão de que tudo começa pela essência, o SER HUMANO.

Vivemos um momento de gestão por escassez. Achamos que estamos devendo sempre. Vamos ser sinceros? Tá todo mundo arrebentando, entregando pra caramba - e a gente continua esticando a corda. A corda existe pra sermos guiados, e com o tempo, vamos esticando. E muitas arrebentando.

Comecei a crer que a zona de conforto é boa. Quando eu estou confortável, eu cresço em cima disso! Sobra espaço, sabe? Se a cadeira é do tamanho que eu desejo, meu desejo é crescer a cadeira. Isso é algo que gosto muito de falar em minhas mentorias e palestras. E sei que é um pouco contra o sistema! Mas tem uma lógica, acreditem!

Não é tão simples, exige reflexão, disciplina, me autoconhecer. Ter mentores me ajudou a entender o que é felicidade pra mim e porque estou no mundo: Eu quero transformar o mundo, gente! Impactar pessoas e o planeta, independente do tamanho que eu consiga alcançar.

Pra mim, a definição de sucesso altera a vida inteira. É algo sazonal.

No passado era sobre independência. E mesmo sendo uma pessoa espiritualizada, tinha muito a ver com coisas materiais.

Hoje, sucesso significa ter liberdade de tempo, liberdade de escolha, de trazer pensamento positivos. Eu sei que o reconhecimento financerio é instável, mas vou poder ficar mais perto da minha família. Eu sei que não vou ter cargo de CMO, mas vou ter liberdade pra viver minha agenda e seguir minhas filosofia integralmente.

Eu sou uma louca (assumida!), apaixonada, por tentar salvar o planeta. Não sou uma ativista extremista, nem nada. Moro em SP, tenho carro. Mas a palavra impacto precisa ser estudada para entender minha visão de Mundo.

Mas se eu gastava muito $$$, energia e tempo da equipe em ações, e o que mais poderíamos fazer além disso? O como muda tudo!

E aí desenvolvi uma filosofia (de vida, de trabalho) para impactar a sociedade e o planeta, usando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Parte de um pensamento circular simples : "De onde veio, pra onde vai e qual o impacto?" (Autoria: Luciana Lancerotti)

Funciona pra tudo. Seja na Microsoft, seja na educação dos meus filhos, na minha relação com os vizinhos. 

Na contratação de fornecedores, por exemplo. Desenvolvemos um catálogo de fornecedores de marketing e comunicação cobrindo todos os 17 ODS - alguns tipos: uso de materiais sustentáveis, impacto em comunidades e destino circular. 

Outro caso que gosto muito e trago pra pequenas empresas é o do salão de beleza que frequento. Enquanto contava meus projetos, ouvi de uma das donas: "Me sinto tão impotente". Ai eu parei - "Nãoo… todo mundo pode sim ajudar e contribuir!!! Na média, quantos copos plásticos vocês compram no ano?". Fizemos todo um projeto (de sustentabilidade e financeiro) para eliminar, comunicar, e mensurar esta pequena atitude. No final das contas, as clientes adoraram e muitas replicaram em suas empresas, clínicas, consultórios. Efeito pedrinha na lagoa!

Fracassar a gente "fracassa" direto! Esse sentimento que não somos suficientes. Todos os dias. Do ambiente corporativo ao pessoal.
Eu não gosto muito da palavra fracasso, mas tem dois momentos que eu vou destacar:

1 - Quando perdi minha mãe 10 anos atrás. Eu quis ser a mulher maravilha e não me permiti viver o luto. Um ano depois, boom, tive uma depressão que impactou minha familia e meu profissional. O fracasso nada mais é que uma ruptura. Quando eu entendi isso, eu aprendi que todo final de ciclo, relacionamento precisa de um fechamento, se não acontece o efeito rebote. Aqui deixo para psicólogos e especialistas porque sou só a paciente 🙂 

2 - Conecto isso com a minha demissão da Microsoft, 10 anos depois da perda de minha mãe. Essa demissão poderia ser lida como uma fracasso, afinal eu tinha 20 anos de empresa. Mas com toda a consciência, eu olhei com maturidade pra este novo momento.

A única pergunta que para mim deveria ser riscada de todo layoff: "Porque eu?". Eu tive um dos meus melhores anos de entrega de resultados na empresa, a equipe VOANDO (meus queridos SEMPRE!). A realidade é que são tantos fatores que levam uma companhia a fazer layoffs, que não é necessariamente sobre nós.

Hoje, minha relação com fracasso é muito mais saudável! Para mim, cometer erros, não é fracassar. Fracasso é forte demais. Porém a magia está em: o que podemos fazer diferente? Como devemos ler sinais para não sermos pegos de surpresa com um relacionamento que está apontando término?

Tem uma que deixo em um pedaço de papel sempre por perto:

Ter a coragem de compartilhar é um ato de sabedoria, como diria minha mentora de vida, Laura Lobo. No corp por exemplo, é mais fácil se calar pra não ser julgado. Já outra frase queridinha, mais recente, escutei do grande bi-campeão mundial de Grandes Ondas, Carlos Burle:

Por exemplo. Falamos muito sobre não jogar lixo no chão, sobre poluição, mas o que estamos fazendo de verdade? No nosso dia-a-dia, na nossa empresa.

Outra que gosto é: "Bebe água e respira". Que enquanto a gente bebe água a gente não consegue responder nada haha Normalmente a gente para de respirar e escutar, estamos tempo todo formatando respostas no modo ataque e defesa.

Comprei uma agenda lunar que se chama Estrela Torta. Comecei a ver vários movimentos de lua que impactam na nossa vida e entendi que somos bichos-grilo mesmo.. Uma curiosidade? O ano lunar começa só dia 20 de março. Ah e escrever cumpre uma função importante pra mim, sempre!

Entrada da IA generativa, com certeza. Eu tive um privilégio de ver o lançamento de perto enquanto CMO da Microsoft. As oportunidades são inúmeras. Mas sabe o que mais me chama atenção? 

As possibilidades de trazer mais inclusão. Eu enxergo a IA ocupando o espaço do mecânico liberando espaço para o humano. E não sai da minha cabeça o quanto isso pode incluir as pessoas - com deficiências, etarismo, neurodiversidade, etc.. Inclusive, é um tema que poderia dar uma entrevista ou uma palestra dedicada a isso, não é?

Às vezes nos confundimos que para ser uma líder mulher, precisamos ter os "aspectos mais masculinos” como ser direto, firme, incisivo e nos posicionar igual o masculino. O que eu penso é que na verdade precisamos de mais aspectos do feminino na liderança, e ser a nossa essência é que faz a diferença. Principalmente o Observar e o Cuidar.

Tem muito a ser conquistado, mas vamos ver o copo cheio né? Olhem para 5 anos atrás e vejam a aceleração que fizemos. Vamos pra cima. Com amor, com cuidado, com menos crítica e mais AÇÃO.

Lu, obrigado pela entrevista, You Rock!

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