Apresentado por MOTIM

Ca em São Paulo, Mila em Salvador, Cami em Miami, Camila Costa é publicitária, mãe de dois e já mudou tanto de casa que tem um apelido pra cada lugar. Ser mãe é seu papel mais importante, além de liderar uma das mais disruptivas agências de publicidade do país hoje.

Apaixonada por equitação e por receber a família e os amigos em casa, é Partner e CEO da iD\TBWA, Membro do conselho consultivo da ESPM, Board Member da Casa do Saber e um dos grandes nomes da liderança feminina na publicidade.

Ca, the mic is yours, drop it!

Fiz carreira em São Paulo, mas foi em Salvador que eu me formei como pessoa. Meus pais foram transferidos pra Bahia quando eu tinha 10 anos e por mais que na época eu não entendesse muito bem a razão, foi o melhor que poderia ter me acontecido. Na Bahia eu ganhei uma liberdade na adolescência que eu não teria tido em São Paulo.

Conheci e participei de grupos muito diversos e vivenciei uma riqueza cultural que construiu grande parte do que eu sou como profissional hoje. Foi também em Salvador que me apaixonei pela publicidade. Convivi com grandes criativos e empreendedores ali que foram grandes inspirações e parceiros no início da minha carreira.

A gente faz publicidade, propaganda, faz negócios serem conhecidos e prosperarem. Aquilo que você vê na internet, na TV, no jornal, em diversos canais. A gente trabalha para fazer com que os consumidores se apaixonem e escolham as marcas com que a gente trabalha.

Para mim, sucesso é um estado de espírito, uma experiência. 

Você poder viver uma experiência positiva e próspera e criar um ambiente motivador na mesma medida que os outros possam desfrutar desse mesmo estado. Um ambiente gostoso, onde as pessoas se sentem bem e têm orgulho das suas realizações. Não acredito em sucesso pessoal que não possa ser compartilhado.

Quando me perguntam “quanto dinheiro você quer ter” ou “em que posição você quer chegar”, eu não tenho essa resposta. Não é sobre o que eu tenho, é sobre o que isso possibilita a mim e aos que estão na jornada comigo.

Tem um do comecinho da minha carreira quando criamos um projeto social com a Sempre Livre, da J&J. Montamos um caminhão que percorria as cidades do nordeste levando educação básica de higiene feminina para as mulheres. O propósito e as histórias das mulheres que encontramos foi incrível.

Esse projeto também impulsionou o meu retorno para SP e, com certeza, essa foi uma mudança chave na minha carreira.

Acho que uma campanha recente que causou muito impacto foi a "Mother Nature", com a atriz Octavia Spencer, que aborda o compromisso da Apple em zerar a emissão de carbono até 2030. Um jeito super irreverente de abordar as questões de ESG, que resultou em alta repercussão e engajamento.

O nosso mercado é muito dinâmico e muda muito. Tem variáveis que os livros não contam e que infelizmente não estão na sala de aula.

A dica do momento para os universitários é adotar uma inteligência híbrida. Preste atenção que as coisas hoje em dia não são feitas da mesma forma como eram feitas antes. Pense na sua carreira como um ‘cyborg’, como você agrega ferramentas junto na sua entrega do dia a dia, como é que você aumenta sua capacidade intelectual e produtiva com as ferramentas que hoje estão surgindo aí no mercado, principalmente com a inteligência artificial. Tem muitas das funções das agências, do marketing que não são mais feitas como antigamente e essa transformação só vai acelerar..

A IA realmente está transformando o marketing em muitas áreas. Óbvio que pra todo mercado, pra todo segmento, gera um impacto, mas para o nosso muda a dinâmica de trabalho e o produto final. É o tema de mais atenção do momento.

Claro que tô super entusiasmada com tudo que ela pode transformar, porém muito atenta aos viéses e as questões éticas em torno disso. Vai demorar para criarem regulações para algo tão amplo e que avança de maneira tão silenciosa, para não dizer escondida. 

Por isso, acho que é preciso que cada um tome uma responsabilidade pessoal não só otimista, mas questionando o que cada movimento pode significar para a sociedade.

Essa vai para as mulheres: “Você precisa se “masculinizar”, e agir como um homem para poder crescer."

Talvez por ouvir tanto esse “conselho” que eu nunca tive ambição de me tornar CEO de uma agência e eu realmente achava que não era para mulheres até que eu tive uma chefe mulher, CEO, mãe de dois filhos e que me fez enxergar que era possível. Foi aquela referência que me fez acreditar que eu podia.

O meu propósito é esse. Hoje é na iD\, mas tento carregar para todos os lugares por onde eu passei. Criar uma atmosfera e oportunidades para que as pessoas tenham orgulho de suas carreiras. 

Recomendo alguns. Não que eu concorde com tudo que está nesses livros, mas sem dúvida são grandes insights e provocações que eu levo pra vida e pra minha carreira:

Camila, obrigado pela entrevista, You Dropped!

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