
Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que nesse mesmo dia 12 de dezembro (mas de 1980) a Apple fez seu IPO e vendeu 4,6 milhões de ações a ~US$ 22, fazendo com que +40 funcionários da empresa se tornassem milionários instantaneamente. O valuation no dia fechou em US$ 1,7 bilhão (~0,04% dos US$ 4,1 trilhões de hoje).
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Space Race 2.0: data centers no espaço
• Trending: Testes A/B com IA
• Disney é a nova sócia da OpenAI
• Stats: 1 milhão de contas banidas
• TIME: Arquitetos da IA são “a pessoa do ano”
• Contra Dados Não Há Argumentos: cativeiro das assinaturas recorrentes

INFRA ESPACIAL
Space Race 2.0: data centers no espaço

Ainda não temos prova científica da existência de vida inteligente fora da Terra e a colonização de Marte ainda está longe de acontecer. Já os data centers de inteligência artificial, estes estão com passagens compradas e malas chips prontos para o espaço!
Corrida espacial:
A 1ª fase foi governamental: EUA, Rússia e depois China disputando para ver quem seria o primeiro a pisar na Lua.
A 2ª fase foi econômica: transformar foguetes em um meio de transporte reutilizável e lotar o espaço de satélites.
A 3ª fase é energética: já nas mãos do setor privado, a missão agora é gerar energia diretamente da fonte mais inesgotável de todas – o Sol.
Os defensores da ideia imaginam a possibilidade de preencher órbitas com satélites repletos de chips que processam os cálculos que sustentam as aplicações de IA. Viajando pelo espaço, os satélites aproveitariam a energia ilimitada para operar e transmitir dados de volta à Terra.
No grid de largada da corrida espacial 2.0, as equipes e pilotos:
Blue Origin: trabalha em tecnologia para data centers orbitais de IA há mais de um ano.
SpaceX: quer usar satélites Starlink para hospedar capacidade de computação de IA.
Alphabet: apresentou o 'Projeto Starcatcher', a primeira rede elétrica no espaço com planos de testar seu próprio data center orbital até 2027.
OpenAI: explorou a possibilidade de adquirir participação na fabricante de foguetes Stoke Space no início deste ano.
Nvidia: apoiou a Starcloud, uma startup que treinou os primeiros modelos de IA no espaço essa semana, com um satélite equipado com GPUs H100.
China: já começou a lançar espaçonaves para montar a constelação do “data center espacial” Xingshidai.
Os céticos, por outro lado, acreditam que os riscos técnicos estão sendo subestimados (temperatura dos chips em órbita, radiação, delays na transferência de dados). Para eles, os data centers espaciais não serão competitivos em termos de custo, especialmente se as restrições de energia e outros fatores diminuírem na Terra.
PS1: a SpaceX está namorando um IPO para o ano que vem, almejando um valuation de US$ 1,5 trilhão – o que seria o maior de todos os tempos.
PS2: a China aumentou sua produção de energia em mais que o dobro do resto do mundo junto entre 2010-24 e hoje gera mais que o dobro dos EUA por menos que a metade do preço.
PS3: já o Brasil ignorou a pressão americana e fechou uma joint-venture com a China para a criação de um laboratório de exploração espacial.
QUICK DROPS
Mundo Afora
Oracle: não bateu as expectativas de receita do trimestre, caiu ~14% no dia e deixou o mundo com medo da bolha.
Discord: foi obrigado a adicionar selfies com identidade para usuários da Austrália. Agora foi hackeada e os dados de 70k australianos caíram na net.
Palantir: fechou um contrato de US$ 448 milhões com a Marinha americana para desenvolver um sistema operacional de construção naval (ShipOS).
OpenAI: lançou o novo modelo GPT-5.2, prometendo vários avanços para ferramentas profissionais.

Testes A/B com IA
Os visitantes imaginários de e-commerce
Uma das maiores vantagens competitivas dos e-commerces é a possibilidade de rodar testes A/B para aumentar a conversão de visitantes em compras.
Uma das maiores desvantagens é que, para rodar os testes, os gestores de e-commerce precisam de tráfego de visitantes, que custa caro.
Um dos principais lançamentos do ano do Shopify vai acabar com esse problema: conheça o SimGym!
SimGym traz visitantes virtuais criados com IA e que simulam pessoas reais e ajudam a validar seus testes A/B com significância estatística em escala. Os bots foram treinados com dados das +3 milhões de lojas do Shopify que, juntas, recebem +130 milhões de visitas mensais.
Agora os lojistas podem:
Simular mudanças na vitrine com compradores de IA antes do lançamento;
Receber recomendações de compradores de IA para aprimorar a vitrine;
Medir o impacto na taxa de adição ao carrinho, no valor do carrinho e na navegação do comprador.
Sim, agora você pode rodar testes mesmo sem nenhum humano ter jamais visitado sua loja online e, em vez de esperar por semanas, chegar a conclusões em poucos minutos!
MERCADO
Disney é a nova sócia da OpenAI

Naquelas né… se não pode vencê-los, junte-se a eles. Poucos meses depois de processar a MidJourney por violação de direitos autorais ao usar suas propriedades intelectuais na geração de imagens, a Disney está investindo US$ 1 bilhão na OpenAI e licenciando +200 personagens para geração de vídeos e imagens de IA no Sora.
Como a startup pioneira, dona da maior base de usuários e desenvolvedora do produto mais conhecido, a OpenAI define os padrões da indústria.
Foi assim com a interface conversacional, com a precificação e, agora, com os detentores de propriedade intelectual não deve ser diferente. Este acordo servirá de exemplo e definirá o padrão de licenciamento para os demais players da indústria (incluindo o YouTube, a Warner, e outros).
A OpenAI (distribuidora) ofereceu para Disney (detentora da propriedade intelectual) dois possíveis modelos de licenciamento:
(a) Modelo Spotify: a detentora da PI recebe um compartilhamento de receita a partir do uso, põe limites e negocia valores.
(b) modelo Napster: onde a detentora da PI nem senta na mesa de negociação e não consegue impedir os modelos open source chineses de usá-los.
Como o primeiro acordo que irá se tornar o template da indústria, ele veio acompanhado de alguns adoçantes para Disney, que:
Vai investir US$1 bilhão na OpenAI;
Vai permitir que o Sora crie vídeos usando sua propriedade intelectual;
Vai reavaliar o preço e as condições daqui a 3 anos;
Vai comprar acesso a API do ChatGPT para todos os funcionários;
Vai notificar extrajudicialmente os concorrentes (Google já recebeu cartinha);
Vai ganhar um warrant com direito de compra de ações futuras a um preço fixo.
Desde o lançamento do Sora, mesmo sem os devidos acordos, a internet foi inundada por vídeos de IA quase imperceptíveis aos olhos humanos. Existem muitas formas do acordo dar certo – e errado também (Tio Patinhas fazendo propaganda política? Minnie fazendo conteúdo adulto? Hulk torcendo pro Palmeiras? Princesa Leia vendendo headphone?).
Pelo menos, na teoria, a OpenAI se comprometeu a aplicar filtros de idade e outros que proíbem qualquer uso indevido.
PS: a entrevista com ambos CEOs anunciando o deal na CNBC+.
PS2: o deal inclui os clássicos da Disney (Mickey, Pato Donald, Pluto, Branca de Neve, Cinderela), da Marvel (Homem de Ferro, Thor, Hulk, Homem-Aranha) da Pixar (Toy Story, Nemo, Wall-e), Star Wars (Darth Vader, Yoda, Chewbacca) e mais…
PS3: o acordo exclui totalmente as vozes e imagens de atores e atrizes.
QUICK DROPS
Brasil Adentro
Fly Media, a startup que criou uma fábrica de influencers gerados por IA, capta rodada pré-seed de R$20 mi liderada pela ONEVC.
Caveo, a fintech de contabilidade e gestão financeira para médicos, fecha a rodada série A de US$ 54 mi com um novo cheque de US$ 34 mi da Enseada.
FlowCred, a fintech/marketplace especializada em crédito com garantia de imóvel, capta R$ 3,5 mi em um pré-seed com Verve Capital e Norte Ventures.
EVEO, a startup dos servidores dedicados e soluções de nuvem privada, capta um aporte de R$ 100 milhões com a gestora XP Asset.
GH Brandtech, a holding com serviços de branding e growth, é a mais nova aquisição da Nava – a primeira depois do aporte da Crescera.
STATS
+1 milhão
de crianças e adolescentes com menos de 16 anos tiveram suas contas de redes sociais desativadas do dia pra noite – seguindo uma decisão do governo australiano de proibir o uso de redes sociais for kids.
As redes sociais estão bravas: Instagram, TikTok, Snapchat, YouTube, Reddit, X, Facebook… ninguém escapou. Além de perder o tráfego, podem sofrer multas de até US$ 32 milhões se não obedecerem à ordem.
A criançada está revoltada: processando o governo, xingando muito no Twitter e argumentando que a proibição corta o acesso à educação, à expressão política e às redes de apoio online. Além do uso de VPN ter disparado, muitos menores deram um jeito de burlar a verificação facial desenhando bigodes, rugas e maquiagem.
Os pais estão felizes: com a taxa de aprovação da medida superando os 75%. Não à toa: estudos mostram que 7 a cada 10 crianças já foram expostas a conteúdos prejudiciais (cyberbullying, aliciamento, transtornos alimentares, consumo excessivo).
O governo está confiante: com os reguladores chamando abertamente a decisão de a primeira peça de um dominó que, se bem-sucedido, possivelmente servirá de inspiração para governos dos EUA e Europa.
Você é a favor ou contra o ban das redes sociais para crianças?
IA
Inteligência Artificial: a pessoa do ano

O que é que Donald Trump, Taylor Swift, Elon Musk e Martin Luther King têm em comum? Todos já foram considerados “A Pessoa do Ano” pela revista TIME, que este ano de 2025 decidiu dar o prêmio para os “Arquitetos da IA” – incluindo Altman, Huang, Musk, Zuckerberg, Amodei e Fei-Fei Li.
Top: a TIME justifica a decisão dizendo que o grupo redefiniu o mercado (cooperando e competindo) e apostou bilhões em um dos maiores projetos de infraestrutura física da história, que mexeram no tabuleiro geopolítico e forçaram a revisão de leis.
Flop: a publicação reconhece que as IAs já sabem enganar e chantagear. E, conforme os modelos vão crescendo, esses sistemas podem acabar superando os humanos – como se uma espécie avançada estivesse prestes a colonizar a Terra - sem falar no mau uso para desinformação e deepfakes.
Não por coincidência, a revista TIME foi comprada pelo titã tech Marc Bernioff, dono e CEO da Salesforce, em 2018 por US$190 milhões – mas, pelo menos, ele não se colocou na capa.
Por ironia do destino, o anúncio se deu num dos piores dias do ano para o mercado de IA. Na mesma quinta-feira onde algumas das principais empresas do segmento viram suas ações afundarem no mercado: Oracle (-14%), Nvidia (-3,4%), AMD (-7%), Broadcom (-5%).
Mas um dia ruim não apaga o legado que está sendo construído. Só em 2025 o mercado de IA viu ~US$ 300 bilhões de investimentos em infraestrutura, startups multiplicando seus valuations astronomicamente, e a receita global crescendo ~30%.
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
Assinaturas recorrentes: da fadiga ao cativeiro

% de adultos americanos pagando por assinaturas, por tipo.
A batalha entre a propriedade versus assinatura já tem um vencedor. Basta olhar para a quantidade de cobranças mensais recorrentes no seu cartão (ou no da sua empresa) para saber quem é. São tantas assinaturas que, segundo o WSJ, a fadiga virou cativeiro.
Quer espaço digital na nuvem? Assine a AWS / Azure / GoogleCloud / Equinix
Quer ouvir músicas online? Assine o Spotify/ AppleMusic / Deezer / PrimeMusic
Quer assistir filmes e séries? Assine a Netflix / Paramount+ / Prime / Disney+
Quer jogar videogame? Assine XBox Game Pass / Nintendo Switch / PlayStation Plus
Quer pedir comida? Assine o iFood Clube / Rappi Pro
Quer carona? Assine o Uber One / Clube 99
Quer gerir processos? Assine o Trello / Jira / Monday / Notion
Quer ler notícias? Assine a Folha / Estadão / Valor Drops (única gratuita sem banner)
Em uma pesquisa com 10k pessoas do mundo todo, a média foi de 19 assinaturas ativas por pessoa, totalizando US$ 254/mês. E piora: ⅔ deles possuem ao menos um device que não funciona sem uma assinatura paga.
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