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Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que a Espanha bloqueia alguns IPs da Cloudflare durante as principais partidas de futebol (La Liga) como uma tentativa de combater a pirataria. Como muitos usam IP compartilhados, milhares de sites não relacionados – ferramentas, conteúdos institucionais e até serviços de emergência – ficam fora do ar durante os jogos.
No Drop de hoje, em ~7 min e direto ao ponto:
• TPUs x GPUs: a nova guerra dos chips
• Trending: o Jogo De Pensamento by Google
• Apple TV: a gourmetização do app de streaming
• Stats: US$ 3,1 bilhões do Vibe Coding
• Boring Company: economia nada chata
• Apple: o streaming gourmet
• Contra Dados Não Há Argumentos: salário médio das big techs

AI
TPUs x GPUs: a nova guerra dos chips

A guerra dos chips, até então dominada pelos GPUs da Nvidia, ganha um novo capítulo com a entrada dos TPUs do Google na arena com mais zeros antes da vírgula desde a corrida mobile…
A estratégia do Google (TPUs) era alugar os TPUs para clientes usarem no Google Cloud. Agora, a gigante do search, da cloud, dos ads, da IA, dos carros autônomos, dos computadores quânticos e de um monte de outras coisas também quer vendê-los para que outras empresas possam usá-los diretamente em seus datacenters – e já começou a fazer cold call para a Meta e grandes bancos.
A estratégia da Nvidia (GPUs) consistiu em se tornar a melhor opção em hardware (chips) e software (Cuda) para empresas desenvolvendo modelos de IA, games, robótica e outras aplicações computacionais. Para se defender da ofensiva do Google, a Nvidia está subindo o cercado investindo nos próprios clientes em troca de compromissos de compra dos seus chips.
Quanto melhores ficam os chips da nova geração, mais intensa se torna a disputa entre a maior e a terceira maior empresa do mundo:
(I) assim que a Anthropic anunciou um deal de 1 milhão de TPUs do Google, a Nvidia correu para investir bilhões de dólares na empresa.
(II) Assim que a OpenAI disse que estava planejando alugar TPUs do Google, a Nvidia garantiu uma rodada de US$ 100 mi na startup. E aí por diante.
Apesar de disputarem o mesmo orçamento de capex, cada chip é otimizado para um objetivo (treinamento, inferência, simulações, deep learning e por aí vai). E conforme o mercado percebe a força do Google, as peças do tabuleiro começam a se mover:
Google, viu suas ações subirem +20% no último mês, depois de um ano todo sendo julgada como uma big tech que iria perder o trem da IA. Ao invés disso, lançou o melhor modelo de IA até agora (Gemini), inteiramente treinado nos seus TPUs, um modelo de imagem (Nano Banana Pro), uma ferramenta de programação com IA (Antigravity).
Nvidia, viu suas ações despencarem -7% no último mês desde que os TPUs começaram a fazer barulho, o que para a maior empresa do mundo significa –US$ 300 bilhões. O tombo foi tamanho que a empresa fez questão de se manifestar no X, enfatizando a superioridade dos seus chips – algo que o superior não precisaria fazer.
Se a soberania da Nvidia realmente está ameaçada, teremos que aguardar as cenas dos próximos capítulos. Mas já tem personagem novo no elenco: a AWS também já está utilizando os próprios chips Inferentia e Traininum, a Microsoft com o Maia 100, Tesla com alguns milhões de chips IA5 nos carros e outros. Let the chip fight begin!
QUICK DROPS
Mundo Afora
Amazon: apresentou oficialmente seu concorrente da Starlink, chamado Amazon LEO Ultra, prometendo ser a mais veloz do mercado.
Shopify: demitiu vários do time de sales após uma investigação interna revelar que eles inflavam o valor dos deals para garantir maiores comissões.
Meta: triplicou as vendas dos óculos de sol inteligentes e já vendeu 2 milhões de pares de Ray-Ban Meta, lançado em setembro deste ano.
Revolut, a fintech inglesa conhecida (pelos brasileiros) como “Nubank da Europa”, captou uma rodada que aumenta seu valuation para US$ 75 bilhões, próximo aos US$ 80 bi do roxinho, apesar de nunca ter aberto capital (IPO).
MÍDIA
O play da Globoplay

Começar o ano ganhando um Oscar e terminar com uma estatueta do Emmy não é para qualquer um, mas é o feito de 2025 para a Globoplay. Não à toa, o presidente do Grupo Globo (João Roberto Marinho) desfilou no tapete vermelho em Nova York para subir no palco e receber outro prêmio, agora o de Personalidade Mundial da Televisão.
Ainda Estou Aqui, que foi coproduzido pela Globoplay, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional em março – sendo a primeira estatueta da história para uma produção brasileira.
Fallen: Luz e Sombra, também uma coprodução Globoplay, venceu o Emmy de Melhor Série Infantil nessa segunda-feira.
Mais do que celebrar prêmios, o maior app de streaming nacional virou um dos pilares da virada digital do Grupo Globo. É ali que a empresa consegue entregar o tipo de hiperpersonalização que seus outros braços não alcançam – misturando TV aberta, esportes, novelas, séries, podcasts e o que mais couber no feed. O resultado? Quase 30 milhões de usuários ativos por mês e um papel cada vez mais central na estratégia da casa.
Também nessa semana a TV Globo resolveu entrar pro TikTok e Reels com a sua primeira novela vertical - algo que pode ajudar a rejuvenescer sua base de assinantes, que em sua maioria são mulheres acima dos 38 anos.
Não é um movimento isolado: plataformas como a ReelShort estão seguindo esse caminho, impulsionadas por trechos virais que saltam do feed para a audiência real nas assinaturas pagas.
O app já conquistou ~9% de market share entre os apps de streaming, mas ainda segue atrás de Prime Video (22%), Netflix (21%) e Disney+ (16%).
BRANDED CONTENT
O tempo da brincadeira acabou para as Enterprises
Oferecimento Go Enablers e Zaia
Sejamos honestos: 2023 foi o ano das grandes empresas brincarem de chat no navegador. 2024 de integrar no Slack e falhar. 2025, o jogo virou Agentic AI.
Não estamos falando de gerar e-mails ou criar bots no whatsapp. Estamos falando de orquestração de processos, automação de supply chain e tomada de decisão sem precisar de 14 reuniões de alinhamento.
Enquanto muitas empresas ainda discutem qual LLM usar ou, se devem ou não deixar os colaboradores usarem o ChatGPT, tem Enterprises construindo sistemas agênticos completos.
Quer exemplos? Dia 8 de Dezembro em SP, a GoEnablers e a Zaia, plataforma brasileira de orquestração de Agentes de IA para grandes empresas, resolveu juntar seus melhores cases em um lugar só - o Agentic Summit.
O tempo da brincadeira acabou, agora é hora de gerar valor. Garanta sua cadeira aqui e não seja a Blockbuster da Era da IA.
P.S.: Se você não vier, seu concorrente vem. E ele vai anotar tudo.

O Jogo De Pensamento by Google
O Google DeepMind liberou gratuitamente no YouTube o “The Thinking Game”, um documentário de longa-metragem (1h24m) que conta a história real do desenvolvimento do AlphaFold. Tudo para comemorar o 5º aniversário do sistema de IA que levou um Prêmio Nobel de Química.
O filme foi registrado ao longo de cinco anos dentro do laboratório do DeepMind, em Londres, acompanhando cenas e personagens reais enquanto o CEO Demis Hassabis e sua equipe atacavam um dos enigmas científicos mais teimosos: o dobramento de proteínas, um problema que já se arrastava há mais de meio século.
A história também costura a trajetória do próprio Hassabis – de criança prodígio do xadrez a um dos nomes que redefiniram a fronteira da IA.
Hoje, o +3 milhões de pesquisadores em 190 países já utilizaram o banco de dados gratuito AlphaFold, que contém mais de 200 milhões de previsões de estruturas de proteínas e permite que cientistas prevejam em minutos o que antes exigia meses ou anos de trabalho em laboratório.
MUSKONOMY
Boring Company: os túneis baratos

A – literalmente – empresa mais chata de Elon Musk, The Boring Company, está prestes a inaugurar o seu primeiro túnel subterrâneo conectando o centro com o aeroporto da cidade de Las Vegas – transportando até 20k pessoas por hora a um custo 50-80% menor do que um Uber.
Mais impressionante que o custo de transporte, é o custo de fabricação:
Túneis legais tradicionais: entre US$ 500 milhões e US$ 3 bilhões por milha
Túneis chatos: US$ 10 milhões por milha
A economia de ~98% não é suficiente. Segundo o presidente Steve Davis, esse valor deve cair para US$ 3-4 milhões nos próximos 3-5 anos.
Independentemente da indústria, o playbook de redução de custo usando tecnologia é uma constante na Muskonomy:
Tesla: diminuiu o custo das baterias de ~US$ 1.200 por kWh em 2010 para cerca de US$ 100 por kWh em 2024, uma redução de mais de 90%, devido à escala da Gigafactory e às inovações na química e fabricação de baterias.
SpaceX: enquanto os foguetes tradicionais descartáveis custavam entre US$ 60-100 mi por lançamento, os foguetes da SpaceX custam -US$ 20 mi e podem ser reutilizados posteriormente.
SolarCity: os sistemas tradicionais de painéis solares custam ~US$ 3 -4 por watt, enquanto o Solar Roof e suas soluções integradas visam um custo efetivo do sistema de US$ 1,50 a US$ 2 por watt - uma redução de ~50%.
Neuralink: as interfaces cérebro-máquina (ICMs) tradicionais são caras e, em sua maioria, experimentais. A Neuralink pretende industrializar e ampliar a produção de ICMs para reduzir os custos em cerca de 80 a 90%.
O fato é que a Boring nasceu de uma dor da SpaceX, ganhou atenção quando produziu (e vendeu) um lança-chamas e se consolidou com uma das únicas empresas otimizando a construção de túneis no mundo. Sempre seguindo o mesmo mantra: como fazer isso de uma forma mais barata e de um jeito que não fizeram ainda.
QUICK DROPS
Brasil Adentro
Black Friday Onfly*: contrate a travel tech de gestão de viagens corporativas agora e só coloque nos custos pra depois do carnaval. Garanta economia de até 40% o ano todo, zero burocracia e muito mais controle sobre os gastos. “Não quero perder esse voo ->”
Edusense, a edtech com uma plataforma de treinamentos e gestão de habilidades, é adquirida pela DOT Digital Group por valor não revelado.
Sanii, a a healthtech com uma plataforma completa para o cuidado de idosos, recebe aporte de R$ 5 mi da Sororitê Ventures.
Clara, fintech de gestão de gastos corporativos, anunciou acaba um financiamento estruturado de dívida de US$ 70 milhões com a BBVA Spark, Covalto e IFC.
*Conteúdo de marca parceira
STATS
US$ 3,1 bilhões
é a receita coletiva gerada pelas badaladas startups de Vibe Coding como Cursor, Claude Code e Devin. Um número relevante, levando em consideração que elas surgiram há poucos anos, mas irrelevante perto do valuation coletivo de +US$231 bilhões dessas startups:
Anysphere (Cursor): receita de >$1bi e valuation de ~$29bi
Anthropic (Claude Code): receita de ~$1bi e valuation de ~$183bi
Cognition (Devin): receita de ~$400mi e valuation de ~$10bi
Lovable: receita de >$200mi e valuation de ~$1.8bi
Replit: receita de >$150mi e valuation de $3bi
Considerando que os engenheiros de software recebem anualmente US$ 150 bilhões em salários e que algumas dessas ferramentas prometem aumentar a produtividade destes em até 50%, a receita dessas startups devem continuar crescendo. Já o valuation… veremos.
STREAMING
Apple TV: o app de streaming gourmet

Enquanto a maioria dos streamings foca em quantidade (de lançamentos, de filmes e séries no catálogo, de opções de planos), a Apple opta pela qualidade (poucos e bons). Afinal, enquanto a maioria enxerga o streaming como a principal fonte de receita, a Apple foca no prestígio.
O tamanho aproximado da biblioteca de filmes e séries de cada streaming app:
Prime Video: ~21.000
Netflix: ~17.000
HBO+: ~3.500
Disney+: ~2.000
Apple TV: só 200
Mesmo com um catálogo substancialmente menor, a estratégia encheu a prateleira de Tim Cook de troféus: um Oscar (CODA), centenas de nominações e +50 Emmys (Ted Lasso, Severance, The Morning Show, Black Bird, etc) – a maior densidade de prêmios por títulos entre os concorrentes.
Com um faturamento anual de US$ 416 bilhões, a Apple pode se dar ao luxo de perder US$1 bilhão por ano com seu streaming. Mas os últimos movimentos mostram que a empresa quer furar a bolha:
→ trocou o nome de Apple TV+ para Apple TV.
→ fechou parceria de distribuição com outros apps (Peacock).
→ contratou o irmão da Billie Eilish, Finneas, para criar o jingle de intro.
→ comprou os direitos de transmissão da F1 e Futebol (MLS) nos EUA.
O co-CEO da Netflix disse que não entende isso como algo além de uma jogada de marketing, “mas eles são muito inteligentes. Talvez vejam algo que nós não vemos”.
O fato é que não depender do serviço para viver permite uma tranquilidade que as rivais não têm, e isso traz também a chance de usar conteúdo premium como extensão da marca. Se isso é marketing ou visão de futuro... Fica pro próximo ep.
Dica: o novo hit do momento é a série Pluribus, de ficção científica pós-apocalíptica criada por Vince Gilligan (Breaking Bad e Better Call Saul), questionando qual o preço da felicidade e avaliada em 99% no Rotten Tomatoes.
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
O salário médio das big techs

levels.fyi
Se antes as suas chances de ficar rico consistiam em (1) nascer rico, (2) criar e vender sua empresa, agora uma nova opção surge no radar (3) trabalhar para as big techs.
Entre as vagas de empregos para engenheiro de software sênior das Magníficas 7:
a Meta se destaca com a maior oferta de salário médio anual: ~R$2.5 milhões.
a Tesla fica do outro lado com a menor oferta de ~R$ 1,4 milhão por ano.
Os dados são de novas ofertas de emprego para Engenheiros de Software Sênior nos EUA – Seattle, São Francisco e Nova York – entre 23 e 25 de outubro de 2025.

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