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Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que a Espanha bloqueia alguns IPs da Cloudflare durante as principais partidas de futebol (La Liga) como uma tentativa de combater a pirataria. Como muitos usam IP compartilhados, milhares de sites não relacionados – ferramentas, conteúdos institucionais e até serviços de emergência – ficam fora do ar durante os jogos.

No Drop de hoje, em ~7 min e direto ao ponto:

• TPUs x GPUs: a nova guerra dos chips
• Trending: o Jogo De Pensamento by Google
• Apple TV: a gourmetização do app de streaming
• Stats: US$ 3,1 bilhões do Vibe Coding
• Boring Company: economia nada chata
• Apple: o streaming gourmet
• Contra Dados Não Há Argumentos: salário médio das big techs

Dropped by Pedro Clivati e Renan Hamann
AI

TPUs x GPUs: a nova guerra dos chips

A guerra dos chips, até então dominada pelos GPUs da Nvidia, ganha um novo capítulo com a entrada dos TPUs do Google na arena com mais zeros antes da vírgula desde a corrida mobile…

A estratégia do Google (TPUs) era alugar os TPUs para clientes usarem no Google Cloud. Agora, a gigante do search, da cloud, dos ads, da IA, dos carros autônomos, dos computadores quânticos e de um monte de outras coisas também quer vendê-los para que outras empresas possam usá-los diretamente em seus datacenters – e já começou a fazer cold call para a Meta e grandes bancos.

A estratégia da Nvidia (GPUs) consistiu em se tornar a melhor opção em hardware (chips) e software (Cuda) para empresas desenvolvendo modelos de IA, games, robótica e outras aplicações computacionais. Para se defender da ofensiva do Google, a Nvidia está subindo o cercado investindo nos próprios clientes em troca de compromissos de compra dos seus chips.

Quanto melhores ficam os chips da nova geração, mais intensa se torna a disputa entre a maior e a terceira maior empresa do mundo:
(I) assim que a Anthropic anunciou um deal de 1 milhão de TPUs do Google, a Nvidia correu para investir bilhões de dólares na empresa.
(II) Assim que a OpenAI disse que estava planejando alugar TPUs do Google, a Nvidia garantiu uma rodada de US$ 100 mi na startup. E aí por diante.

Apesar de disputarem o mesmo orçamento de capex, cada chip é otimizado para um objetivo (treinamento, inferência, simulações, deep learning e por aí vai). E conforme o mercado percebe a força do Google, as peças do tabuleiro começam a se mover:

  • Google, viu suas ações subirem +20% no último mês, depois de um ano todo sendo julgada como uma big tech que iria perder o trem da IA. Ao invés disso, lançou o melhor modelo de IA até agora (Gemini), inteiramente treinado nos seus TPUs, um modelo de imagem (Nano Banana Pro), uma ferramenta de programação com IA (Antigravity).

  • Nvidia, viu suas ações despencarem -7% no último mês desde que os TPUs começaram a fazer barulho, o que para a maior empresa do mundo significa –US$ 300 bilhões. O tombo foi tamanho que a empresa fez questão de se manifestar no X, enfatizando a superioridade dos seus chips – algo que o superior não precisaria fazer.

Se a soberania da Nvidia realmente está ameaçada, teremos que aguardar as cenas dos próximos capítulos. Mas já tem personagem novo no elenco: a AWS também já está utilizando os próprios chips Inferentia e Traininum, a Microsoft com o Maia 100, Tesla com alguns milhões de chips IA5 nos carros e outros. Let the chip fight begin!

QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Amazon: apresentou oficialmente seu concorrente da Starlink, chamado Amazon LEO Ultra, prometendo ser a mais veloz do mercado.

  • Shopify: demitiu vários do time de sales após uma investigação interna revelar que eles inflavam o valor dos deals para garantir maiores comissões.

  • Meta: triplicou as vendas dos óculos de sol inteligentes e já vendeu 2 milhões de pares de Ray-Ban Meta, lançado em setembro deste ano.

  • Revolut, a fintech inglesa conhecida (pelos brasileiros) como “Nubank da Europa”, captou uma rodada que aumenta seu valuation para US$ 75 bilhões, próximo aos US$ 80 bi do roxinho, apesar de nunca ter aberto capital (IPO).

MÍDIA

O play da Globoplay

Começar o ano ganhando um Oscar e terminar com uma estatueta do Emmy não é para qualquer um, mas é o feito de 2025 para a Globoplay. Não à toa, o presidente do Grupo Globo (João Roberto Marinho) desfilou no tapete vermelho em Nova York para subir no palco e receber outro prêmio, agora o de Personalidade Mundial da Televisão.

  • Ainda Estou Aqui, que foi coproduzido pela Globoplay, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional em março – sendo a primeira estatueta da história para uma produção brasileira.

  • Fallen: Luz e Sombra, também uma coprodução Globoplay, venceu o Emmy de Melhor Série Infantil nessa segunda-feira.

Mais do que celebrar prêmios, o maior app de streaming nacional virou um dos pilares da virada digital do Grupo Globo. É ali que a empresa consegue entregar o tipo de hiperpersonalização que seus outros braços não alcançam – misturando TV aberta, esportes, novelas, séries, podcasts e o que mais couber no feed. O resultado? Quase 30 milhões de usuários ativos por mês e um papel cada vez mais central na estratégia da casa.

Também nessa semana a TV Globo resolveu entrar pro TikTok e Reels com a sua primeira novela vertical - algo que pode ajudar a rejuvenescer sua base de assinantes, que em sua maioria são mulheres acima dos 38 anos.

Não é um movimento isolado: plataformas como a ReelShort estão seguindo esse caminho, impulsionadas por trechos virais que saltam do feed para a audiência real nas assinaturas pagas.

O app já conquistou ~9% de market share entre os apps de streaming, mas ainda segue atrás de Prime Video (22%), Netflix (21%) e Disney+ (16%).

BRANDED CONTENT

O tempo da brincadeira acabou para as Enterprises

Oferecimento Go Enablers e Zaia

Sejamos honestos: 2023 foi o ano das grandes empresas brincarem de chat no navegador. 2024 de integrar no Slack e falhar. 2025, o jogo virou Agentic AI.

Não estamos falando de gerar e-mails ou criar bots no whatsapp. Estamos falando de orquestração de processos, automação de supply chain e tomada de decisão sem precisar de 14 reuniões de alinhamento.

Enquanto muitas empresas ainda discutem qual LLM usar ou, se devem ou não deixar os colaboradores usarem o ChatGPT, tem Enterprises construindo sistemas agênticos completos.

Quer exemplos? Dia 8 de Dezembro em SP, a GoEnablers e a Zaia, plataforma brasileira de orquestração de Agentes de IA para grandes empresas, resolveu juntar seus melhores cases em um lugar só - o Agentic Summit

O tempo da brincadeira acabou, agora é hora de gerar valor. Garanta sua cadeira aqui e não seja a Blockbuster da Era da IA. 

P.S.: Se você não vier, seu concorrente vem. E ele vai anotar tudo.

O Jogo De Pensamento by Google

O Google DeepMind liberou gratuitamente no YouTube o “The Thinking Game”, um documentário de longa-metragem (1h24m) que conta a história real do desenvolvimento do AlphaFold. Tudo para comemorar o 5º aniversário do sistema de IA que levou um Prêmio Nobel de Química.

O filme foi registrado ao longo de cinco anos dentro do laboratório do DeepMind, em Londres, acompanhando cenas e personagens reais enquanto o CEO Demis Hassabis e sua equipe atacavam um dos enigmas científicos mais teimosos: o dobramento de proteínas, um problema que já se arrastava há mais de meio século.

A história também costura a trajetória do próprio Hassabis – de criança prodígio do xadrez a um dos nomes que redefiniram a fronteira da IA.

Hoje, o +3 milhões de pesquisadores em 190 países já utilizaram o banco de dados gratuito AlphaFold, que contém mais de 200 milhões de previsões de estruturas de proteínas e permite que cientistas prevejam em minutos o que antes exigia meses ou anos de trabalho em laboratório.

MUSKONOMY

Boring Company: os túneis baratos

A – literalmente – empresa mais chata de Elon Musk, The Boring Company, está prestes a inaugurar o seu primeiro túnel subterrâneo conectando o centro com o aeroporto da cidade de Las Vegas – transportando até 20k pessoas por hora a um custo 50-80% menor do que um Uber.

Mais impressionante que o custo de transporte, é o custo de fabricação:

Túneis legais tradicionais: entre US$ 500 milhões e US$ 3 bilhões por milha

Túneis chatos: US$ 10 milhões por milha

A economia de ~98% não é suficiente. Segundo o presidente Steve Davis, esse valor deve cair para US$ 3-4 milhões nos próximos 3-5 anos.

Independentemente da indústria, o playbook de redução de custo usando tecnologia é uma constante na Muskonomy:

  • Tesla: diminuiu o custo das baterias de ~US$ 1.200 por kWh em 2010 para cerca de US$ 100 por kWh em 2024, uma redução de mais de 90%, devido à escala da Gigafactory e às inovações na química e fabricação de baterias.

  • SpaceX: enquanto os foguetes tradicionais descartáveis custavam entre US$ 60-100 mi por lançamento, os foguetes da SpaceX custam -US$ 20 mi e podem ser reutilizados posteriormente.

  • SolarCity: os sistemas tradicionais de painéis solares custam ~US$ 3 -4 por watt, enquanto o Solar Roof e suas soluções integradas visam um custo efetivo do sistema de US$ 1,50 a US$ 2 por watt - uma redução de ~50%.

  • Neuralink: as interfaces cérebro-máquina (ICMs) tradicionais são caras e, em sua maioria, experimentais. A Neuralink pretende industrializar e ampliar a produção de ICMs para reduzir os custos em cerca de 80 a 90%.

O fato é que a Boring nasceu de uma dor da SpaceX, ganhou atenção quando produziu (e vendeu) um lança-chamas e se consolidou com uma das únicas empresas otimizando a construção de túneis no mundo. Sempre seguindo o mesmo mantra: como fazer isso de uma forma mais barata e de um jeito que não fizeram ainda.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Black Friday Onfly*: contrate a travel tech de gestão de viagens corporativas agora e só coloque nos custos pra depois do carnaval. Garanta economia de até 40% o ano todo, zero burocracia e muito mais controle sobre os gastos. “Não quero perder esse voo ->”

  • Edusense, a edtech com uma plataforma de treinamentos e gestão de habilidades, é adquirida pela DOT Digital Group por valor não revelado.

  • Sanii, a a healthtech com uma plataforma completa para o cuidado de idosos, recebe aporte de R$ 5 mi da Sororitê Ventures.

  • Clara, fintech de gestão de gastos corporativos, anunciou acaba um financiamento estruturado de dívida de US$ 70 milhões com a BBVA Spark, Covalto e IFC.

*Conteúdo de marca parceira

STATS

US$ 3,1 bilhões

é a receita coletiva gerada pelas badaladas startups de Vibe Coding como Cursor, Claude Code e Devin. Um número relevante, levando em consideração que elas surgiram há poucos anos, mas irrelevante perto do valuation coletivo de +US$231 bilhões dessas startups:

  • Anysphere (Cursor): receita de >$1bi e valuation de ~$29bi

  • Anthropic (Claude Code): receita de ~$1bi e valuation de ~$183bi

  • Cognition (Devin): receita de ~$400mi e valuation de ~$10bi

  • Lovable: receita de >$200mi e valuation de ~$1.8bi

  • Replit: receita de >$150mi e valuation de $3bi

Considerando que os engenheiros de software recebem anualmente US$ 150 bilhões em salários e que algumas dessas ferramentas prometem aumentar a produtividade destes em até 50%, a receita dessas startups devem continuar crescendo. Já o valuation… veremos.

STREAMING

Apple TV: o app de streaming gourmet

Enquanto a maioria dos streamings foca em quantidade (de lançamentos, de filmes e séries no catálogo, de opções de planos), a Apple opta pela qualidade (poucos e bons). Afinal, enquanto a maioria enxerga o streaming como a principal fonte de receita, a Apple foca no prestígio.

O tamanho aproximado da biblioteca de filmes e séries de cada streaming app:

Prime Video: ~21.000
Netflix: ~17.000
HBO+: ~3.500
Disney+: ~2.000
Apple TV: só 200

Mesmo com um catálogo substancialmente menor, a estratégia encheu a prateleira de Tim Cook de troféus: um Oscar (CODA), centenas de nominações e +50 Emmys (Ted Lasso, Severance, The Morning Show, Black Bird, etc) – a maior densidade de prêmios por títulos entre os concorrentes.

Com um faturamento anual de US$ 416 bilhões, a Apple pode se dar ao luxo de perder US$1 bilhão por ano com seu streaming. Mas os últimos movimentos mostram que a empresa quer furar a bolha:

trocou o nome de Apple TV+ para Apple TV.
fechou parceria de distribuição com outros apps (Peacock).
contratou o irmão da Billie Eilish, Finneas, para criar o jingle de intro.
comprou os direitos de transmissão da F1 e Futebol (MLS) nos EUA.

O co-CEO da Netflix disse que não entende isso como algo além de uma jogada de marketing, “mas eles são muito inteligentes. Talvez vejam algo que nós não vemos”.

O fato é que não depender do serviço para viver permite uma tranquilidade que as rivais não têm, e isso traz também a chance de usar conteúdo premium como extensão da marca. Se isso é marketing ou visão de futuro... Fica pro próximo ep.

Dica: o novo hit do momento é a série Pluribus, de ficção científica pós-apocalíptica criada por Vince Gilligan (Breaking Bad e Better Call Saul), questionando qual o preço da felicidade e avaliada em 99% no Rotten Tomatoes.

CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

O salário médio das big techs

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Se antes as suas chances de ficar rico consistiam em (1) nascer rico, (2) criar e vender sua empresa, agora uma nova opção surge no radar (3) trabalhar para as big techs.

Entre as vagas de empregos para engenheiro de software sênior das Magníficas 7:

  • a Meta se destaca com a maior oferta de salário médio anual: ~R$2.5 milhões.

  • a Tesla fica do outro lado com a menor oferta de ~R$ 1,4 milhão por ano.

Os dados são de novas ofertas de emprego para Engenheiros de Software Sênior nos EUA – Seattle, São Francisco e Nova York – entre 23 e 25 de outubro de 2025.

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