Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que Elon Musk se tornou a primeira pessoa do mundo com uma fortuna de US$ 500 bilhões (R$2,66 trilhões). O valor é 136% maior do que a soma de todos os bilionários brasileiros e maior do que a soma de Jeff Bezos e Mark Zuckerberg (3º e 4º colocados).

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Meta: transformando conversas em ads
• iFood: entregando com drones
• Trending: OpenAI criando OpenAIs
• OpenAI: chegou nos US$ 500 bilhões de valuation
• Microsoft: cancelamento em massa no Xbox
• Contra dados não há argumentos: de produtos para serviços

Dropped by Pedro Clivati e Renan Hamann
BIG TECHS

Meta: transformando conversas em ads

via BuzzFeed

Tudo o que você conversar pode e será usado contra você. Isso porque a Meta decidiu que, a partir de 16 de dezembro, suas conversas com os chatbots de IA serão utilizadas como insumo para os anunciantes personalizarem ainda mais ads no seu feed.

A família de apps de Zuck já é conhecida como a que mais coleta dados dos usuários. Hoje são 156 tipos diferentes de pontos de contato: informações pessoais, dados comportamentais, interações, dispositivo e localização, atividades em sites e aplicativos de terceiros.

Em outras palavras: pediu dicas do que fazer durante suas férias de verão na Bahia para o Meta AI? Se prepare para receber anúncios do show da Ivete na sexta, o acarajé perto do Pelourinho e um descontão para se pintar de Timbalada. Não tem opt-out, mas pelo menos temas como religião, política, saúde e orientação sexual não serão incluídos.

Agora que a primeira parte da corrida da IA chegou ao fim (quem consegue desenvolver um LLM), a segunda parte já começou (quem consegue ganhar dinheiro com um LLM):

  • OpenAI: lançou o shoppingGPT e a própria rede social de vídeos de IA.

  • xAI: integrou o Grok em sua plataforma de ads para melhor personalização.

  • Gemini: está experimentando anúncios com IA na pesquisa do Google.

  • Anthropic: mirou no B2B e nos consumidores internacionais (fora dos EUA).

A máquina de imprimir dinheiro com ads de Zuck gerou +R$ 280 bilhões somente nos últimos 3 meses deste ano. Logo, não é uma surpresa que a empresa queira utilizá-la para financiar seus investimentos megalomaníacos de US$ 600 bilhões em IA.

PS: a Meta lançou também o Business AI Assistant, permitindo que anunciantes utilizem o chatbot da empresa para responder perguntas de produto/serviço diretamente nos anúncios do Facebook, Instagram, lojas do Shopify e até em sites de terceiros.

QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Tesla: entregou ~497k carros no terceiro trimestre do ano, marcando o seu melhor trimestre em vendas da história depois de crescer 7% do ano passado.

  • Shein: decidiu ir além dos aplicativos mobile e vai inaugurar a sua primeira loja física em Paris.

  • Armani: está procurando alguém para chamar de dono depois da morte do fundador Giorgio. L’Oreal foi uma das primeiras abordadas.

  • Amazon: lançou a própria marca de mantimentos, que oferece +1.000 itens variando de carne a laticínios, com a maioria abaixo de US$5.

  • Uber: é a última das big techs a adquirir a própria empresa de rotulagem de dados físicos registrados por câmeras e sensores LiDAR, a Segment.ai.

  • Google: lançou o seu próprio assistente de código de IA, o Jules Tools, para competir com o líder GitHub Copilot e seus 20 milhões de usuários.

APPS

iFood: entregando com drones

A próxima vez que a polêmica “entregador sobe ou não sobe” surgir no X, saiba que o iFood já está pensando em uma solução. O maior app de delivery da América do Sul está testando entregas com drones!

O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup de drones (UAS, uncrewed aircraft systems, nos termos técnicos) Speedbird Aero e recebeu a primeira autorização permanente do país para voos sobre áreas com circulação de pessoas da ANAC.

A cidade piloto para entrega de drones sem pilotos é Aracaju, no Sergipe. E o serviço tem números interessantes:

  • Cada drone pode transportar até 5 kg;

  • A operação vai rolar 10 horas por dia, 7 dias na semana;

  • Pode aceitar até 280 pedidos por dia;

  • Sobrevoa a uma altura de até 60 metros;

  • Aguenta chuva e ventos de até 50 km/h.

A empresa nega qualquer intenção de substituir os entregadores humanos, ressaltando que o intuito é ter uma entrega multimodal. Porém, a diferença na matemática do percurso escolhido como piloto é gritante:

→ Trajeto de moto: até 36 km (incluindo pontes) de ida e volta, levando 1 hora.
→ Trajeto de drone: 4 km (sobrevoando o mar) de ida e volta, levando 30 minutos.

Ainda é cedo para qualquer previsão, mas prevemos mesmo assim. Pesquisas mostram que entregas de drone podem melhorar a margem de lucro dos apps em 10-20%. Considerando que o iFood pagou R$ 3,2 bilhões aos entregadores em 2022 e assumindo que todas entregas fossem feitas pelos ares, o valor total poderia chegar a ~R$640mi/ano.

PS: do outro lado das américas, a Amazon enfrenta uma investigação da FAA e NTSB depois que dois dos seus drones de entrega colidiram com um guindaste.

PS2: o TechDrop não tem entrega nem de moto e nem de drone, mas chega direto na sua caixa de entrada. Se você quer fazer ele chegar para ainda mais pessoas, pega seu link de indicação e manda pra galera.

Construindo uma OpenAI com a OpenAI

Na segunda-feira, enquanto os usuários brincavam com o seu novo modelo de geração de vídeos a partir de textos (Sora), a OpenAI aproveitou para soltar um blog post sobre “converter leads inbound em clientes” onde descreve como está usando a sua própria ferramenta para:

  • Assistente de Vendas Inbound: que responde perguntas de potenciais clientes em tempo real e encaminha leads qualificados para os vendedores.

  • Assistente GTM: um parceiro no Slack que prepara chamadas de vendas, obtém históricos de clientes e responde perguntas sobre produtos.

  • DocuGPT: analisa contratos em dados pesquisáveis, sinalizando termos incomuns para as equipes financeiras.

  • Agentes de Pesquisa e Suporte: gerencia tickets de suporte, faz o repasse para os devidos times e melhora a qualidade do serviço.

Apesar das ferramentas não estarem disponíveis ao público (são de uso interno) e da OpenAI não ter feito nenhuma declaração que irá comercializá-las como produto, o post gerou ondas de choque nos demais CRMs do mercado:

→ Hubspot: viu suas ações despencarem -15%, perdendo -US$ 4 bi
→ Monday: também derreteu -15% desde que o post foi ao ar.
Atlassian: caiu ~9%
→ Salesforce: que atende clientes maiores, perdeu menos que os demais, -3%
→ Docusign: afundou -16%

O receio dos investidores mora na possibilidade (ou suspeita) de que as startups de IA consigam replicar softwares por completo de forma quase autônoma.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Bets: terão 72h para encerrar a conta dos beneficiários do bolsa família e 30 dias implementar um sistema de consulta que impeça a criação de novas.

  • Kanastra: a fintech de infra para fundos de direitos creditórios (FIDC) e operações de securitização, capta série B de R$170 milhões com a F-Prime.

  • Insider: que criou um império de R$ 600 milhões vendendo suas tech-shirts online, vai abrir sua primeira loja física no Shopping Morumbi - SP.

  • Estadão: o centenário grupo de mídia brasileiro faz a aquisição da NZN, marca proprietária do TecMundo por valor não divulgado.

  • Zippi, a fintech oferecendo capital de giro semanal para PMEs via Pix, capta R$ 80 mi em um FIDC estruturado pelo ItaúBBA, Bradesco, Verde e Valora.

STATS

US$ 500 bilhões

é oficialmente o valuation da OpenAI, consolidando a sua posição de startup privada mais valiosa do mundo, à frente da segunda colocada, SpaceX (US$ 456 bilhões).

A oficialização aconteceu depois de uma share sale (quando funcionários com +2 anos de casa puderam vender suas ações). Eles venderam US$ 6,6 bilhões dos US$ 10,3 bilhões disponíveis, mostrando confiança dos funcionários no futuro.

Os números da primeira startup privada a cruzar a linha dos US$ 500 bi, somente neste ano:

  • Receita: US$ 4,3 bilhões em receita nos primeiros 6 meses, cerca de 16% a mais do que gerou em todo o ano passado.

  • Gastos: US$ 2,5 bilhões em custos, principalmente em pesquisa e desenvolvimento do ChatGPT, além de despesas com ações de funcionários.

Atualmente a startup já está gerando +US$1 bi em receita mensal, em dia com a meta de fechar o ano com US$13 bilhões em receita e US$ 8,5 bilhões em gastos – mas ainda longe dos US$200 bilhões em receita que planeja ter em 2030.

via The Information

GAMES

Microsoft: cancelamento em massa no Xbox

Depois de registrar um faturamento de US$ 5 bilhões em 12 meses com o Xbox Game Pass, a Microsoft decidiu dobrar o preço da assinatura. A revolta gamer foi tamanha que a página oficial saiu do ar com tantos cancelamentos e a orelha de Satya ficou vermelha de tantos xingamentos .

O Xbox Game Pass é um serviço de assinatura da Microsoft que dá acesso a uma biblioteca rotativa de jogos, incluindo lançamentos e títulos de estúdios parceiros. O serviço tem 35 milhões de assinantes. Ou pelo menos tinha.

Essa semana veio a bomba: depois de aumentar os preços do Xbox duas vezes este ano, o aumento também atingiu o Xbox Game Pass. E chegou chegando: de 50-100%, como no caso do Brasil onde a mensalidade sai de R$60 para R$120.
O resultado: o povo foi às ruas redes para dar um basta e cancelar os próprios planos.

As críticas vão além do novo preço - que teria subido mais do que a qualidade oferecida - e fãs de longa data dizem não concordar com os rumos tomados nos últimos anos. O foco no Game Pass é um retrato da estratégia da Microsoft desde que Nadella chegou: menos produto, mais serviço.

Tudo ia bem, até que a conta parou de fechar:

  • 💸 Custo dos games: botar jogo “de graça” no Game Pass custa caro em licenciamento e produção, o que gera aumento recorrente nos preços.

  • 💻 Canibalização: lançar no Xbox e no PC agrada gamers, mas complica o hardware no longo prazo, gerando especulações sobre a sobrevivência do Xbox.

  • 🎮 Exclusivos: a guerra de títulos únicos esfriou pela primeira vez na história e agora muito jogo roda em todo lugar. Isso também seria um “tiro no pé” da empresa.

Aumentar preço de assinatura não é algo novo no mercado, mas a escalada de 50-100% assusta. No game over fim do dia, é mais uma prova de que em 2025 o único setor autorizado a rodar sem lucros recordes é o de IA.

CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

Desde que Satya Nadella assumiu o posto mais alto da Microsoft, ele levantou a bandeira da transição de produtos para serviços na nuvem. Dez anos depois e os resultados falam por si só:

  • Serviços e outros: cresceram +814,34% no período

  • Produtos: encolheram -5.03% no mesmo período.

A vertical de serviços (incluindo Azure, Office 365, LinkedIn, Xbox e outros serviços recorrentes), que em 2016 gerava US$ 24 bilhões, cresceu e agora faz US$ 282 bilhões por trimestre.
A vertical de produtos (incluindo a licença do Windows, os consoles de Xbox, e outros softwares on-premise), que gerava US$ 67 bilhões em 2016, encolheu e atualmente gera US$ 64 bilhões por trimestre.

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