
Bom dia Droppers,
Hoje eu aprendi: que a Albânia acaba de eleger um bot de IA, chamado Diella, como ministro do governo. O AI-bot será responsável por todas as licitações públicas que o governo usa para contratar empresas privadas. O objetivo é ter “alguém” imune a subornos, ameaças ou tentativas de obter favores.
No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:
• Vimeo: pegou o bote salva-vidas italiano
• Zoox: a Amazon deu partida no carro autônomo
• GenZ: elegendo candidatos pelo Discord
• Vivo: te dá Asaas
• RSL: o pedágio para startups de IA
• Oracle: um dos maiores contratos cloud da história

STREAMING
Vimeo: pegou o bote salva-vidas italiano

Enquanto a galera de venture capital busca startups novas com grande potencial de crescimento, a italiana Bending Spoons vai no oposto: busca ativos já cansados, estressados e mal aproveitados. Foi com essa filosofia que ela jogou um colete salva-vidas na água e salvou adquiriu a quase esquecida Vimeo por US$ 1,3 bilhão em cash.
🎥 Vimeo: a plataforma de vídeos foi lançada em 2004 – antes do YouTube – como uma spinoff do site CollegeHumor. Em 2021 se tornou uma empresa listada na bolsa e, desde então, perdeu +90% do seu valor de mercado, mesmo com inúmeros pivots e ajustes de rota.
🥄 Bending Spoons: a italiana, que começou fazendo apps mobile, hoje atua como private equity: compra ativos quase falidos a preço baixo, corta custos, centraliza operações e turbina receitas. Com a aquisição aprovada, a Vimeo sai da bolsa e passa a operar como empresa privada do grupo.
Desde que começou a atuar nesse modelo, a Bending Spoons já comprou +10 ativos estressados e aplicou o mesmo playbook de sempre. Tais como:
Comprou o Evernote, demitiu a maioria da equipe americana e chilena e moveu parte da operação para Europa, além de limitar significativamente o plano gratuito.
Comprou a WeTransfer, e demitiu 75% da equipe poucas semanas depois, além de também limitar o plano gratuito.
Comprou a Brightcove, tirou a empresa da bolsa de valores, cortou funcionários e outros custos e integrou o time com o resto da operação in-house.
Comprou a Hopin, que também incluía o popular Streamyard e descontinuou ativos que geravam prejuízo, simplificou operação e ficou apenas com o produto principal.
O valor pago pela startup representa um premium de +90% do valor de mercado que a empresa estava sendo negociada nos últimos dois meses. O que vem adiante ninguém sabe, mas se o futuro tiver qualquer semelhança com o passado, os funcionários da Vimeo já podem começar a caçar vagas no LinkedIn.
QUICK DROPS
Mundo Afora
Klarna, a fintech do compre agora e pague depois (Buy Now Pay Later) abriu IPO ontem na bolsa de valores de Nova York e disparou 15% na estreia.
Uber, fechou uma parceria com a startup de táxis aéreos elétricos Joby Aviation e vai começar a oferecer
corridasvoos de helicóptero no próprio app.Replit, levantou US$ 250 mi a um valuation de US$ 3 bi (triplicou) e lançou uma nova versão do seu agente de IA, capaz de pensar por 200 minutos.
Perplexity: acaba de levantar US$ 200 mi a um valuation de US$ 20 bi, apenas dois meses depois de ter captado US$ 100 mi a um valuation de US$ 18 bi.
VEÍCULOS
Zoox: a Amazon deu partida no carro autônomo

Na corrida dos carros elétricos autônomos, o Google largou na pole position e a Tesla acelerou fundo na reta oposta com os robotaxis nas ruas. Agora, chegou a vez da Amazon dar a partida: ontem, as caixas de fósforo os Zoox começaram a transportar passageiros nas ruas de Las Vegas.
Ao contrário dos rivais, que transformaram carros comuns em autônomos, o Zoox foi criado do zero já com o foco em autonomia:
(i) Não tem volante, pedal ou outro controle para motoristas;
(ii) Tem capacidade para quatro passageiros, em dois bancos que ficam virados um para o outro;
(iii) A parte dianteira é igual à traseira e ele pode se mover para os dois lados com a mesma potência;
(iv) Roda até 16 horas com uma só carga.
E como o Z da Zoox foi parar na A to Z?
Em 2014, a Zoox foi criada pelo marketeiro Tim Kentley-Klay – que aprendeu sobre veículos autônomos viajando pelo Vale do Silício e entrevistando especialistas na área, sob a premissa de que era um cineasta trabalhando em um projeto.
Em 2020, a Amazon comprou a startup por US$ 1,3 bilhão e a colocou na divisão de Dispositivos e Serviços – a mesma responsável pelo Kindle, Alexa e até a constelação de satélites Kuiper.
Em 2025, o Zoox faz sua estreia nas ruas de Las Vegas. Diferente da Waymo (que usa Chrysler, Jaguar e Hyundai), todas as partes do carro são feitas dentro de casa. Por enquanto a fábrica dá conta de 1 veículo por dia, mas vai escalar para 3 por hora e chegar a 10.000 por ano.
PS: enquanto tentam descolar as devidas licenças, os táxis autônomos vão transportar passageiros gratuitamente entre atrações específicas da cidade.

A Gen Z do Nepal elegeu um novo líder pelo Discord
O governo do Nepal bem que tentou proibir o acesso às redes sociais no país (incluindo o Facebook, X, YouTube, e Instagram), mas a tentativa terminou em protestos violentos, deposição do primeiro-ministro, o parlamento em chamas e soldados nas ruas da capital do país.
Agora, a mesma tecnologia que o governo tentou proibir foi usada para reunir +145.000 cidadãos em salas do Discord para debater o futuro da nação e selecionar um possível candidato para líder interino.
Os chefes do exército, que provavelmente decidirão quem será o próximo líder do país, se encontraram com os organizadores do canal e vão se reunir também com o novo indicado pela Gen Z para decidir os próximos passos.
PS: o app de mensagens offline criptografadas, bitchat, criado por Jack Dorsey, também viu uma alta com +48k downloads em um dia.
QUICK DROPS
Brasil Adentro
Inwave, a plataforma para gestão e monitoramento de varejistas, compra a sueca Gateway em um deal sem valor declarado.
Wellhub, a plataforma de bem-estar corporativo (ex-Gympass), adquiriu a européia Urban Sports por US$ 600 mi e agora tem presença em 18 países.
Ume, a fintech que permite que qualquer empresa construa a própria operação de crédito, capta R$ 118 mi em uma rodada série B liderada pela Valor Capital e Bewater.
Revisaprev, a fintech analisando e controlando aposentadorias, levanta R$ 3,8 mi em rodada liderada pela Domo VC e Bossa Invest.
Nuuvem, a plataforma de distribuição de jogos de PC, recebe investimento da Square Enix, a desenvolvedora japonesa de games.
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STATS
R$ 35 milhões
foi quanto a Vivo Ventures (braço de corporate venture capital da Vivo, que pertence à Telefônica, o maior grupo de telecomunicações do Brasil), decidiu investir na fintech catarinense Asaas.
Além das possíveis sinergias e da possibilidade de oferecer os produtos da startup aos +1,7 milhão de pequenas e médias empresas que são clientes da Vivo, alguns outros marcos podem ter chamado a atenção:
O maior aporte da América Latina no último ano: R$ 820 milhões
O meio bilhão de reais em receita recorrente anual (ARR)
O volume total de pagamentos que cresceu 100% em 2024
A receita bruta anual que também cresceu 54% em 2024
A aquisição das startups BaseERP, Code Money e Nexinvoice
O investimento da Vivo é estratégico: o momento de abertura do CNPJ, é quando há a maior propensão à contratação dos serviços de conectividade – e também quando a Asaas marca presença.
INTERNET
RSL: o pedágio para startups de IA

Quando a Anthropic usou ~20% de sua rodada série F para pagar +R$ 8 bilhões em um acordo de direitos autorais, validou uma premissa e jogou mais lenha na fogueira de discussões sobre o tema. Agora, um novo protocolo quer regular a relação entre IAs e produtores de conteúdo. Dos mesmos criadores do RSS, vem aí o RSL:
RSS ou Real Simple Sindication: um formato de distribuição de conteúdos (notícias, artigos, posts de blogs, podcasts) que permite que usuários recebam atualizações de seus feeds favoritos automaticamente.
RSL ou Real Simple Licensing: um formato de licenciamento de conteúdos (artigos, vídeos, imagens) que permite aos publishers cobrarem sempre que um LLM utiliza o conteúdo do seu site.
Gigantes como New York Times e Wall Street Journal já fecharam acordos de licenciamento diretamente com as empresas de IA, mas pequenos e médios websites não possuem o mesmo poder de barganha. É aí que o RSL entra quase como uma cooperativa, com acordos coletivos em vez de negociações separadas.
O Pedágio RSL: oferece diversos modelos de licenciamento que donos de websites podem adotar. Por exemplo:
→ Modelo de assinatura mensal (sem limite de uso do conteúdo)
→ Modelo de pay-per-crawl (uma taxa por acesso)
→ Modelo pay-per-inference (cobrar quando IA mencionar seu conteúdo)
→ Modelo gratuito (libera geral)
Bots que rastreiam sites para outros fins, como arquivamento ou inclusão em mecanismos de busca, têm acesso livre no pedágio e podem prosseguir normalmente.
Para dar força ao movimento, uma série de gente grande já entrou no barco, incluindo Yahoo, Reddit, Medium, O’Reilly Media, Ziff Davis e Internet Brands. Outros como Quora, Adweek e Fastly já mostraram suporte ao coletivo. A grande questão agora é: as empresas de IA vão adotar o sistema?
PS: com humanos e sem pedágio, o TechDrop chega toda segunda, quarta e sexta na sua caixa de entrada. Pega seu link de indicação aqui e ajuda a fazer essa mensagem chegar mais longe.
CONTRA DADOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
Oracle: cloud para dar e vender (para OpenAI)

Não é todo dia que assistimos uma empresa de quase 50 anos que valia ~$600 bilhões, disparar ~50% em apenas um dia e se aproximar do primeiro trilhão de valor de mercado. Mas essa foi a quarta-feira da Oracle e do seu fundador Larry Ellison – que, por consequência, se tornou o homem mais rico do mundo.
O que explica esse salto não foram os resultados trimestrais que, por sinal, vieram abaixo do esperado, mas as projeções futuras do quanto de receita a empresa promete trazer para sua vertical de cloud:
• 2026: US$18 bilhões
• 2027: US$32 bilhões
• 2028: US$73 bilhões
• 2029: US$114 bilhões
• 2030: US$144 bilhões
Para mostrar que na Oracle promessas são dívidas, a empresa fechou um dos maiores e mais arriscados contratos de nuvem da história com a OpenAI: US$ 300 bilhões em poder de computação ao longo de cinco anos.
É arriscado para OpenAI: que apesar dos US$ 10 bilhões de ARR, ainda fecha no vermelho e acaba de comprometer US$ 60 bilhões por ano (sem ter esse valor em caixa e esperando gerar lucro somente em 2030). Tudo isso enquanto tenta criar um novo iPhone, um novo Chrome, e um chip próprio.
É arriscado para Oracle: que além concentrar boa parte da sua prometida receita em um só cliente, ainda precisa conseguir comprar os escassos chips da Nvidia, garantir 4.5 gigawatts de energia e construir os datacenters.
Mas, diferente das suas concorrentes, a Oracle não está sentada em uma pilha de dinheiro. Enquanto Microsoft tem uma relação dívida/patrimônio líquido total de 32,7%, a Amazon de 40% e o Google de 10%… a Oracle tem 427%.

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