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💧 Ainda tem humanos na internet?

+ energia de outro mundo + ingresso de US$ 8 bi

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Bom dia Droppers,

Hoje eu aprendi: que a Apple ganhou o domínio e a marca registrada “AppStore” do CEO da Salesforce, como um agradecimento direto a Steve Jobs pela ideia de uma “AppStore Corporativa” (a AppExchange). Desde então, a Apple usa o presente para lutar contra a Amazon e a Microsoft na justiça.

No Drop de hoje, em 5 min e direto ao ponto:

• Salesforce: compra ingresso de US$8bi para festa da IA
• Builder.ai: inflando vendas com IA
• Musk: a estratégia baseada na Escala Kardashev
• Bots: ainda tem humanos na internet?

M&A

Salesforce comprou um ingresso de US$ 8 bi

Na sua maior aquisição desde a compra do Slack em 2021 por US$ 28 bilhões, a Salesforce apertou a mão e fechou negócio para adquirir a plataforma de gestão de dados enterprise, Informatica, por US$ 8 bilhões. Mas o deal faz sentido?

  • Para a Salesforce: a gigante dos CRMs chegou tarde na festa da IA e seus modelos proprietários não ameaçam a soberania de concorrentes como Google e Meta. Mas a aquisição é um ingresso para o futuro – em que uma plataforma de IA que se conecta e funciona com seus sistemas de dados existentes, mantendo clientes no ecossistema. Tipo a Palantir – que saiu de US$ 25 bi para US$ 300 bi em valor de mercado ano passado.

  • Para a Informatica: a veterana da gestão de dados estava passando por algumas reviravoltas. Na frente de produto, a transição de um modelo de software tradicional para um que oferece assinaturas de nuvem. Na frente de negócios, o vai-volta entre capital fechado e aberto e a queda no valuation.

Estamos mudando de um mundo de “Este é meu CRM, este é meu ERP” para um mundo de “Este é meu IA stack”, onde é possível conectar sistemas e criar fluxos de trabalho de IA que abrangem várias unidades de negócio, vários apps corporativos e até mesmo várias plataformas de dados – a chamada Ontologia.

Mas para fazer que a Ontologia funcione, é preciso muita limpeza, classificação e integração de dados, além de que tudo funcione em conjunto.

O prêmio é de trilhões de dólares em valor desbloqueado. Por isso a corrida só se intensifica: isso que o pessoal da Databricks, da Snowflake, da ServiceNow, da Workato, da Anthropic e todo mundo quer!

FRAUDE

Builder.ai: inflando vendas com “IA”

Essa startup tinha tudo que, aparentemente, precisava para ser bem-sucedida: um produto de inteligência artificial, investidores como a Microsoft e o fundo soberano do Catar, mais de US$ 500 milhões de captação, status de unicórnio com valuation >US$ 1 bi... Mas nada disso foi suficiente e a Builder.ai acaba de sucumbir!

Criada com a promessa de que desenvolvimento de software poderia ser tão fácil quanto pedir uma pizza – e bem antes do “boom” do vibe coding –, a Builder.ai dizia que suas ferramentas de IA poderiam levar times de programação para níveis de produtividade inimagináveis. Mas só ficaram na imaginação.

Os rumores sobre a situação da empresa começaram no ano passado, quando pouco tempo depois de uma captação, o então CEO Sachin Dev Duggal pediu mais dinheiro ao conselho. Isso levantou suspeitas e aí uma due dilligence descobriu números bem inflados:

  • 2023: report de US$ 180 milhões com a receita real em US$ 45 mi (-75%)

  • 2024: report de US$ 220 milhões com a receita real em US$ 55 mi (-75%)

As investigações se intensificaram e descobriram que a mentira não parava nos relatórios de vendas. Lá no departamento de produto, a AI não era uma abreviação de Inteligência Artificial mas de Automatização com Indianos, que usava funcionários para operar secretamente— sim, você já viu isso antes.

A batata quente queimou no colo do novo CEO, Manpreet Ratia, que precisou avisar os funcionários que a empresa estava abrindo falência e não tinha mais dinheiro para a folha salarial. Já o fundador, Sachin Dev Duggal, precisou deixar a cadeira de CEO, mas continua no conselho com título de “Mago Chefe”.

Bad Vibe Coding

Lidar com um bug ao vivo (durante uma demo do Copilot na conferência anual Build) não é a única vergonha que a Microsoft está passando.

Uma thread chamada “Meu Novo Hobby: observar a IA lentamente deixar os funcionários da Microsoft loucos” bombou no Reddit.

O que tem lá? Links para repositórios do GitHub onde o Copilot comete erro após erro de desenvolvimento, a ponto de deixar os programadores-júnior animados com o próprio futuro.

QUICK DROPS

Mundo Afora

  • Circle: a empresa por trás da segunda maior stablecoin do mercado, USDC, está lançando um IPO para buscar um valuation de US$ 6,7 bilhões na Nasdaq.

  • Xiaomi: deve lançar um novo celular, um novo tablet e, mais impressionante ainda, um novo carro elétrico. Além de levantar ~US$ 7 bi para desenvolver o próprio chip.

  • Neuralink: está captando uma rodada de US$ 600 mi a um valuation de US$ 9 bilhões, seguindo o implante do seu terceiro chip cerebral no mês passado.

  • Apple: disse ter interrompido +US$ 2 bi em transações fraudulentas e bloqueado +2 milhões de apps suspeitos de entrarem na AppStore em 2024.

  • General Medicine: startup de ex-chefe da Amazon Health capta US$ 32 mi para criar marketplace "one-stop" de cuidados médicos.

DROP BY ORACLE

Inspiração, Inovação e Inteligência Artificial!

Quando o assunto é inovação e inteligência artificial, o que não falta é inspiração nas empresas brasileiras. Mas, se você não sabia onde encontrar, isso muda com a chegada do ‘AI On the Go’, o novo programa do Oracle Cast Brasil.

  • A cada duas semanas, às terças, o AI On the Go vai atrás dos insights de quem está à frente da revolução da IA, direto dos principais eventos de tecnologia do Brasil.

O primeiro ep já está no ar. No programa, líderes da Klabin, Bionexo e Sonda compartilham suas visões sobre o futuro da IA aplicada aos negócios. Spoiler: o cenário aponta para agentes de IA, integração de plataformas, democratização do conhecimento e novas formas de trabalhar.

Além do AI on the Go, o Oracle Cast Brasil também tem o programa ‘AI is Now’ que, em semanas alternadas, reúne líderes para discutir como a IA já está transformando os negócios na prática. Ou seja: toda terça tem uma masterclass nova para você.

Escolha sua plataforma favorita e solte o play!

ENERGIA

A missão de Musk e a escala Kardashev

Existem dezenas de formas de medir o avanço tecnológico de uma civilização: capacidade computacional, índice de inovação, complexidade social, de infra e várias outras. Mas, o ser humano mais rico deste planeta se baseia em uma só:

A Escala de Kardashev. Criada pelo astrofísico soviético Nikolai Kardashev, a escala tem toques de Sci-Fi e classifica, em 3 níveis, o desenvolvimento tecnológico pela quantidade de energia que a civilização consegue manipular.

  • Tipo I, a civilização planetária: consegue aproveitar toda a energia disponível em seu planeta natal — incluindo solar, eólica, geotérmica.

  • Tipo II, a civilização estelar: controla toda a produção de energia de sua estrela, usando o conceito hipotético das Esferas de Dyson. São interplanetários e capazes de ocupar outros planetas e luas do sistema solar.

  • Tipo III, a civilização galáctica: pode controlar a energia na escala de toda a sua galáxia. São os viajantes galácticos, capazes de se mover de estrela por estrela, colonizando múltiplos sistemas estelares.

Alguns especulam sobre a possibilidade de Tipo IV (controle universal de energia) ou Tipo V (multiversal), mas mesmo sendo esses saltos bem mais hipotéticos, Elon Musk já estruturou a missão de (quase) todas as suas empresas ao redor da escala:

  • Para chegarmos no tipo I: escalando a produção e armazenamento de energia solar e eletrificando o transporte com os carros Tesla.

  • Para chegarmos no tipo I+: reutilizando foguetes, diminuindo o custo das missões espaciais, gerando energia fora da Terra e colonizando Marte através da SpaceX.

  • Para chegarmos no tipo II: integrando humanos-máquinas através da Neuralink e gerenciando a complexidade planetária com IA da xAi.

Onde estamos? O astrofísico Carl Sagan fez as contas décadas atrás e estimou que a nossa civilização de terráqueos esteja na escala 0,73 produzindo ≈10¹³ W. Para chegarmos no próximo nível, o desafio é aumentar a produção e uso de energia em ~1000x – o que só aconteceria perto de 2100. Ninguém o contradisse até hoje.

Mesmo com ar de ficção científica, a escala de Musk-Kardashev é um reflexo da humanidade, afinal, tanto aqui quanto lá, energia parece ser o maior gargalo na corrida pelo avanço de IA e outras tecnologias.

QUICK DROPS

Brasil Adentro

  • Unico Skill: é o benefício-educação para os colaboradores e seus dependentes incluindo filhos, cônjuges e pais, que está mudando a realidade das empresas, pessoas e sociedade. O colaborador não tem custo e educação finalmente cabe no bolso do RH. Saiba tin-tin por tin-tin clicando aqui!

  • iFood: deu mais um passo rumo ao superapp brazuca e agora oferece 25% de desconto para clientes do Clube nas hospedagens reservadas pela Decolar. (empresa também controlada pelo fundo por trás do iFood - o Prosus)

  • MyDose, o app das comunidades de usuários buscando vidas mais saudáveis, capta rodada de R$ 2 mi com a VGT USA.

  • B2B Stack, a plataforma de buscas e avaliação de softwares, foi adquirida pela consultoria de vendas B2B, Receita Previsível, por valor não divulgado.

  • Obra Vista, a construtech conectando fornecedores as obras usando IA e Big Data, capta rodada de R$ 1 mi com investidores não revelados.

*Conteúdo de marca parceira


STATS RELEVANTE

250 milhões

É o número de hambúrgueres entregues pelo aplicativo do iFood no ano de 2024, um aumento de 207% do ano anterior. O item mais popular na categoria restaurantes já entregou 72 milhões de burgers nos primeiros quatro meses deste ano, um aumento de 12%.

via iFood

BOTS

Ainda tem humanos na Internet?

img via threatpost

Enquanto você tenta decidir se aquele semáforo está ou não dentro do quadrado do reCAPTCHA, os bots continuam com o plano de dominação da web. Prova disso é que o tráfego de bots ultrapassou o gerado por humanos e agora representa 51% de todo acesso da web.

  • Se por um lado os good bots (agentes de IA) prometem revolucionar a indústria tech como a conhecemos, escalando operações, automatizando tarefas e até substituindo humanos.

  • Por outro, os bad bots são capazes de imitar o comportamento humano, seja ele do bem ou do mal, incluindo movimentos do mouse e cliques, tornando a detecção extremamente difícil.

E 37% do tráfego total de bots está do lado “bad” da força – em atividades maliciosas como coleta ilegal de dados, fraude de pagamentos, invasão de contas, roubo de credenciais e ataques DDoS. Alguns dos “jobs” podem até já ter te afetado:

  • Seat Spinning, simulam o processo de reserva de passagens até a etapa de pagamento, sem concluir a compra, aumentando os preços e diminuindo disponibilidade.

  • Scalping, envolve comprar muitos dos mesmos itens, como produtos de edição limitada ou ingressos para shows para revendê-los a preços mais altos.

  • Credential stuffing envolve assumir o controle da conta online de alguém usando nomes de usuário e senhas roubados.

Mesmo do lado “good” há preocupações… Os bots de scraping (literalmente "raspagem”, a coleta de dados) consomem banda de sites, aumentam custos de infraestrutura e criam bases de conhecimento nem sempre autorizadas. O ranking da Cloudfare coloca ChatGPT (41% das requisições), Claude (16%) e Meta (16%) no topo.

Contra dados não há argumentos

Bots não são uma novidade que só chegou com ChatGPT e afins, mas essa é a primeira vez que o tráfego gerado por eles ultrapassa o nosso – considerando que você lendo o TechDrop não seja um bot, é claro.

P.S. Se você faz parte da resistência dos 49%, pode se juntar a muitos outros humanos que indicam o TechDrop e ganham merchs exclusivos. É só pegar seu link de indicação aqui.

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